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Comércio critica decisão sobre retorno das restrições em SP

Segundo nota, não foi levada em consideração pelo governo estadual a "dramática situação enfrentada pelo setor"

Economia|Do R7

Donos de bares, restaurantes, chefs de cozinha e garçons protestam na Avenida Morumbi
Donos de bares, restaurantes, chefs de cozinha e garçons protestam na Avenida Morumbi

O comércio se manisfestou contra a volta das restrições anunciadas nesta sexta-feira (22), pelo governo de São Paulo, no combate à nova onda de contaminações pela covid-19. A Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) e a ACSP (Associação Comercial de São Paulo) divulgaram nota nesta sexta-feira (22) criticando a medida.

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Segundo o texto, assinado pelo presidente das entidades, Alfredo Cotait Neto, não foi levada em consideração pelo governo estadual a "dramática situação enfrentada pelo setor e, principalmente, pelo fato de que as empresas têm adotado todas as medidas sanitárias necessárias para assegurar, tanto a seus colaboradores quanto para os consumidores, a segurança em seus estabelecimentos".

As entidades consideram que a recente evolução da pandemia é motivo de preocupação, mas que novas medidas para reduzir seu impacto devem levar em conta que o comércio não pode ser responsabilizado por essa situação.


"O fechamento do comércio durante os dias pós Natal e pós Ano Novo mostraram que a medida em nada contribuiu para o objetivo visado, mas teve um impacto negativo muito significativo para as empresas atingidas, que já vinham fragilizadas pelo longo período de isolamento anterior. Impor novas restrições poderá implicar no fechamento definitivo de muitas empresas, com o consequente desemprego", afirma a nota.

A medida vai afetar o investimento feito pelas entidades para promover a Sampa Week, organizada pela ACSP e que vai do dia 23 a 31 deste mês, evento destinado a movimentar o setor, permitindo recuperar parte do que foi perdido com o fechamento do varejo no fim do ano.


"As empresas prepararam suas promoções, fizeram estoques, gastaram em publicidade e, de forma inesperada, foram atingidas por restrições que vão dificultar muito as vendas esperadas pelos empresários. A insegurança que a adoção de medidas, sem qualquer debate, aumenta a incerteza dos empresários e da população e tem efeito altamente negativo sobre as expectativas e as decisões econômicas", diz o texto.

Para o presidente da Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites), Tito Bessa Junior, o caos foi instalado de vez no varejo. "Ficamos surpresos uma vez que não é o comércio em geral o propagador da doença e sim outras atividades não controladas de forma eficaz pelas autoridades”, afirma Bessa Junior.


“Aumentaram as restrições do comércio no final do ano, mas deixaram praias e festas sem fiscalização, agora punem lugares seguros como shoppings, galerias e outros serviços não essenciais, afinal nada comprova que essa nova medida irá reduzir o status atual. Entendemos que mudanças nas regras são necessárias para o controle do vírus, mas acreditamos em restrições inteligentes, baseadas em fatos e dados, não só em estimativas. Não há como resistir a tanta pressão”, critica o empresário.

Segundo a Ablos, o comércio perdeu 35% de sua receita em 2020 e o ano começou perdendo o mesmo percentual. “Conforme dados do IBGE, 1,3 milhão de empresas fecharam na pandemia sendo que 46% encerraram de vez as atividades e 99% são pequenas empresas, além dos dados do Banco Boa Vista, que apontam que 95% dos pedidos de recuperação judicial ou falência são de pequenas empresas. Teremos muito mais fechamentos e mais empregos diretos e indiretos em risco do setor que mais emprega neste país”, finaliza Bessa.

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