Como fazer a divisão das contas de casa com amigos ou namorado
Especialistas ouvidas pelo R7 dão dicas de como partilhar as contas e economizar para sobrar um dinheiro no final do mês
Economia|Giuliana Saringer, do R7
Morar com amigos ou com o parceiro pode ser a realização pessoal para muitos brasileiros. Entretanto, para que a rotina, funcione é preciso dividir as contas de casa da melhor maneira possível.
A professora dos MBAs da FGV (Fundação Getulio Vargas) Myrian Lund afirma que a divisão de contas deve ser feita de maneiras diferentes no caso de amigos e casais que dividem o mesmo teto. “Normalmente se é com amigo, a gente tem que dividir igual. Quando é casal, o ideal é fazer uma divisão proporcional, porque às vezes um ganha muito menos do que o outro. Não é justo que quem ganhe menos pague mais”, explica.
A professora de finanças do Insper Juliana Inhasz afirma que o mais justo é que cada pessoa pague mais pelo item que usa mais. Quem trabalha em casa e usa internet, por exemplo, deveria pagar mais pelo serviço do que quem passa o dia todo fora de casa. No entanto, essa prática não é comum e Juliana reforça que o importante é que cada grupo ou casal determine uma regra que funcione bem para todos.
No caso de amigos, dividir as contas fixas, como aluguel e condomínio, e cada um se responsabilizar pela própria comida é um hábito que tem crescido entre os brasileiros. Juliana diz, por exemplo, que cozinhar em casa pode sair mais caro do que comer fora de casa para quem compra a própria comida.
“Muitas vezes para você fazer um prato que compraria por R$ 15 ou R$ 20 na rua, você gasta R$ 40 em casa. Por esse preço, daria para fazer três porções, mas às vezes você vai fazer e comer uma só”, diz. A compra gera um desperdício que muitas vezes não é percebido.
Para os casais, Myrian orienta que cada um tenha sua conta corrente separada e juntem um dinheiro em conjunto para a realização de sonhos, como a compra da casa própria ou um carro novo. Separar as contas faz com que cada um priorize os gostos pessoais e evitem estresses. “Quando você tem uma privacidade, existem menos brigas”, afirma.
Juliana concorda com o mais justo é que os casais possam dividir as contas de acordo com a renda de cada um. “Quem ganha mais, paga mais”, diz.
Quem divide as contas
Economia na divisão das contas
Juliana diz que é interessante que o casal ou grupo que divida os alimentos escolham uma pessoa para centralizar as compras, que isso aumenta a economia para todos. “O planejamento fica muito melhor. A pessoa cria um hábito do padrão de consumo. Sabe o que precisa, quanto custa e não vai gastar de maneira desenfreada”, explica.
Evitar o desperdício e controlar os gastos são as formas indicadas por Juliana para sobrar um dinheiro no final do mês. Para ela, a poupança precisa ser uma prioridade, para que a pessoa chegue mais perto da realização dos sonhos.
“Quando a gente gasta dinheiro com uma coisa que a gente consome, mesmo que caro, tem um retorno.[O desperdício] é um dinheiro que a gente perde sem retorno”, afirma.
Myrian também orienta que os brasileiros organizem as finanças utilizando cerca de 50% do orçamento para despesas domésticas, 20% para lazer e compras pessoais e 30% para guardar. Esta fórmula vale para as pessoas que recebem cerca de R$ 6 mil, valor que possibilidade uma melhor qualidade de vida, e não têm dívidas.
“Tente olhar quais os objetivos de vida. A gente faz a planilha de receita e despesa. Nela, vamos começar a cortar o que não contribui para o que você quer”, diz. “Você precisa pensar quais os seus sonhos e objetivos. Isso é o que vai trazer sua felicidade”, afirma.