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Companhias aéreas podem usar bloqueio de voos de Boeing 737 MAX para revisar encomendas

Economia|Do R7

Por Conor Humphries e Jamie Freed e Allison Lampert

DUBLIN/CINGAPURA/MONTREAL (Reuters) - A proibição de voos da frota global de Boeings 737 MAX tem trazido dor de cabeça para companhias aéreas, mas deu a algumas empresas uma oportunidade bem vinda para reavaliarem suas encomendas de aviões.

Países e companhias aéreas ao redor do mundo suspenderam os voos com o 737 MAX esta semana depois que um avião da família operado pela Ethiopian Airlines caiu matando todas as 157 pessoas a bordo. O desastre aconteceu cinco meses depois que um jato do mesmo modelo, operado pela Lion Air, caiu na Indonésia.

Para empresas que fizeram pedidos excessivos do modelo, a suspensão dos voos pode ser uma boa desculpa para atrasarem ou cancelarem compras, afirmam analistas.


"Estas eventos podem dar às companhias aéreas que potencialmente fizeram pedidos demais uma oportunidade para reverem suas encomendas e estratégia de frota", disse o analista Brendan Sobie, da CAPA Centre for Aviation.

Muitas companhias aéreas tiveram que ser rápidas em encontrar outras aeronaves para substituir os 737 MAX parados. A Southwest Airlines, maior operadora do avião no mundo, estava planejando usar o modelo na nova rota Califórnia-Havaí este ano.


Enquanto isso, a Gol inaugurou voos do Brasil para Orlando e Miami em Novembro passado depois de ter recebido suas primeiras unidades do 737 MAX. A companhia aérea brasileira tem 7 unidades do 737 MAX em sua frota e encomendas de 135 aeronaves MAX 8 e MAX 10 a serem entregues até 2028. A empresa informou nesta semana que "reitera a confiança na segurança de suas operações e na Boeing, parceira exclusiva desde o início da companhia em 2001, e que está acompanhando de forma intensiva todos os fatos, que permitam o retorno das aeronaves às operações regulares da companhia no menor espaço de tempo possível".

Normalmente as fabricantes de aviões cobram penalidades de companhias aéreas que cancelam pedidos. O contrário, quando o fabricante não entrega as aeronaves pedidas, também ocorre. Mas não está claro quanto de base legal a suspensão dos voos do 737 MAX dará às companhias aéreas para rever contratos ou buscar reparações de danos por custos adicionais e perda de receita.


Entre companhias aéreas que podem ter se arrependido de encomendar número excessivo de 737 MAX, Sobie citou a vietnamita VietJet Aviation JSC, que fez pedido de 200 737 MAX. A empresa afirmou que está monitorando a situação de perto e que tomará uma decisão sobre sua encomenda quando tiver mais informações sobre a situação.

Já a Malaysia Airlines afirmou nesta sexta-feira que sua encomenda de 25 737 MAX está sob revisão. A Garuda Indonesia disse nesta semana que poderá cancelar a encomenda de 20 aviões do modelo.

A Lion Air afirmou à Reuters na quarta-feira que planeja suspender todas as 187 entregas de 737 MAX até que os resultados da investigação de seu acidente sejam divulgadas neste ano.

Na Europa, analistas afirmam que a Norwegian Air, que está com caixa apertado, pode cancelar pedidos de 737 MAX. Um porta-voz da Norwegian Air não comentou sobre o assunto nesta sexta-feira.

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