Economia Confiança da indústria recua ao menor nível em sete meses

Confiança da indústria recua ao menor nível em sete meses

Redução da demanda, aumento dos estoques e piora das expectativas com desaceleração global afetam o setor, mostra FGV

  • Economia | Do R7

Confiança da indústria figura aos 95,7 pontos

Confiança da indústria figura aos 95,7 pontos

Freepik

O ICI (Índice de Confiança da Indústria) caiu em outubro pelo segundo mês seguido, com a queda do otimismo em 17 dos 19 segmentos industriais monitorados. A baixa de 3,8 pontos leva o indicador aos 95,7 pontos, o pior resultado desde março de 2022, de acordo com a FGV (Fundação Getulio Vargas).

Stéfano Pacini, economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), explica que a queda do indicador ocorre de forma difusa entre os segmentos pesquisados. "Há uma piora das avaliações sobre a situação atual influenciada por uma percepção de redução da demanda interna e externa, aumento do nível de estoques e ainda dificuldades na obtenção de insumos por alguns segmentos", afirma ele.

Para o pesquisador, há uma piora das expectativas que pode estar relacionada a uma desaceleração global prevista e um cenário econômico brasileiro que considera uma inflação acima da meta para 2023 e por isso uma política mais contracionista por um período maior.

No mês, o ISA (Índice Situação Atual) recuou 4,5 pontos, para 96,4 pontos, menor patamar desde julho de 2020 (89,1 pontos), período em que o Brasil ainda estava em lockdown. Já o IE (Índice de Expectativas) caiu 3 pontos, para 95 pontos, o pior resultado desde março desse ano (94,9 pontos).

Entre os quesitos que integram o ISA, o indicador que mede o nível dos estoques foi o que mais influenciou negativamente o resultado no mês ao cair 6,8 pontos, para 103,2 pontos, pior resultado desde abril de 2022 (103,9 pontos). Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável).

Tal resultado parece estar atrelado também a uma percepção de queda na demanda, o Indicador que mede nível de demanda recuou 3,4 pontos para 98,1 pontos, pior resultado desde março deste ano (96,2 pontos). A percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios também piorou ao recuar 3 pontos para 94,6 pontos, menor nível desde março (91,9 pontos).

No horizonte mais curto de três meses, as perspectivas sobre emprego apesar de menores ainda se mantêm no terreno otimista. O indicador que mede o emprego previsto cedeu 2,7 pontos para 101,8 pontos, retornando ao mesmo nível de maio de 2022. Já o indicador de produção prevista para os próximos três meses, fica estável, após recuar por três meses consecutivos.

Últimas