Confiança do comércio avança após dois meses de queda e atinge maior patamar em sete meses
Melhora do otimismo reflete avaliação dos empresários sobre a situação atual, que alcançou o maior nível desde agosto de 2021, mostra FGV
Economia|Do R7
O Icom (Índice de Confiança do Comércio) subiu 7,4 pontos em maio, ao passar de 85,9 para 93,3 pontos, o maior nível desde outubro de 2021 (94,2 pontos), apontam informações divulgadas nesta segunda-feira (30) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Com a alta após dois meses consecutivos de queda, o indicador avançou 2,1 pontos na média móvel trimestral, o terceiro resultado positivo consecutivo na base de comparação. Para Rodolpho Tobler, economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), a melhora do otimismo do setor reflete apenas uma redução do pessimismo dos empresários sobre a situação atual, já que o índice permanece em patamar mais baixo.
"A liberação de recursos pode estar ajudando o cenário favorável do segundo trimestre, mas a continuidade para o médio prazo ainda depende de reduções da incerteza, melhora da confiança do consumidor e evolução das variáveis macroeconômicas”, afirma ele.
Em maio, a alta foi disseminada em todos os seis principais segmentos da pesquisa. O resultado positivo no mês foi influenciado tanto pela melhora do ISA-COM (Índice de Situação Atual) quanto do IE-COM (Índice de Expectativas). A avaliação sobre o momento atual subiu 8,2 pontos, o terceiro resultado positivo consecutivo, chegando a 101,1 pontos, o maior valor desde agosto de 2021 (105 pontos). Já as expectativas avançaram 6,1 pontos, atingindo 85,7.
Apesar do resultado positivo do mês, o patamar da confiança do comércio ainda está abaixo do nível considerado neutro, especialmente por influência das expectativas que tiveram resultados negativos nos últimos meses.
Seguindo essa linha, a proporção entre os empresários que planejam aumentar seu quadro de pessoal ocupado e os que planejam reduzir vem oscilando no patamar positivo, mas ainda próximo do nível neutro. “O cenário macroeconômico negativo e a elevada incerteza contribuem para essa cautela dos empresários”, avalia Tobler.