Confiança do consumidor no Brasil avança em novembro e atinge maior nível desde 2014
Recuperação do otimismo é motivada pela melhora das expectativas para os próximos meses e disseminada entre as faixas de renda
Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) avançou 2,6 pontos em novembro, para 95,6 pontos. O nível é o maior desde abril de 2014, quando registrou 96,6 pontos. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (25) pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Em comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta foi de 3,3 pontos.
Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV/Ibre, a alta da confiança em novembro recoloca o indicador na trajetória ascedente iniciada em junho deste ano, que havia sido interrompida em outubro.
“Esse resultado retrata uma melhora na percepção dos orçamentos familiares, que são impactados positivamente pela continuidade de bons sinais no mercado de trabalho e na atividade econômica em geral”, explicou.
A economista afirma que a alta de novembro foi disseminada entre as faixas de renda. “No mês, o indicador que mais contribuiu com a alta foi o que mede o ímpeto de compras de duráveis, seguido pela melhora dos indicadores que retratam a situação financeira presente e futura dos consumidores”, completou.
Em novembro, a alta da confiança foi influenciada principalmente pela melhora das expectativas em relação aos próximos meses, com alta menos expressiva no indicador que mede as avaliações sobre o momento atual.
O IE (Índice de Expectativas) avançou 3,7 pontos, para 103,4 pontos, maior nível observado desde setembro de 2023 (103,9 pontos) e o ISA (Índice da Situação Atual) avançou 0,6 ponto, para 84,3 pontos, mantendo-se no maior nível desde dezembro de 2014 (86,8 pontos)
Entre os quesitos que compõem o ICC, o que mede o ímpeto de compras de bens duráveis foi o que apresentou a maior contribuição para a alta da confiança no mês ao avançar 8,8 pontos, para 96,8 pontos, maior nível desde julho de 2014 (96,8 pontos).
No mesmo sentido, o indicador que mede as perspectivas para as finanças futuras das famílias avançou 3,3 pontos, para 107,1 pontos, retornando ao nível observado em julho deste ano (107,1 pontos).
Segundo a FGV, apenas nas perspectivas para a situação futura da economia houve redução do otimismo com recuo de 1,2 ponto no indicador, para 106,1 pontos, em sua terceira queda consecutiva.