Confiança empresarial volta a subir e atinge maior nível em oito meses
Com a primeira alta em três meses, o índice retoma a tendência positiva, mas segue distante do nível considerado neutro, diz FGV
Economia|Do R7
O ICE (Índice de Confiança Empresarial) subiu três pontos em junho, para 94,5 pontos, e alcançou o maior nível desde outubro do ano passado (98,2 pontos naquela ocasião), mostram dados publicados nesta segunda-feira (3) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Com o resultado, o índice retoma a tendência de alta esboçada no início de ano, mas ainda continua distante do nível considerado neutro, de 100 pontos. Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), explica que o resultado sugere que o pior momento do setor ficou para trás.
"O ritmo de atividade, ainda que morno, caminha no sentido da normalidade, com sustentação de contratações e alta do nível de utilização na indústria. A melhora das expectativas no mês foi influenciada pela definição do novo regime fiscal e pela perspectiva de distensão da política monetária nos próximos meses", avalia ele.
Para Campelo, a excessiva preocupação das empresas no horizonte de seis meses revela a persistência de um moderado pessimismo com a possibilidade de uma retomada mais consistente do nível de atividade neste ano. "A continuidade da tendência de alta da confiança dependerá da evolução do ambiente macroeconômico nos próximos meses”, afirma.
Entre os índices componentes do ICE, houve alta de quatro pontos do ISA-E (Índice da Situação Atual Empresarial), para 95,1 pontos, impulsionada principalmente pela melhora no Indicador de Demanda Atual (96,8 pontos), com alta disseminada entre os segmentos pesquisados. Já o IE-E (Índice de Expectativas) subiu 2,8 pontos e alcançou 96,2 pontos, o maior nível desde setembro de 2022 (100,1 pontos).
Apesar da melhora das expectativas, nota-se ainda uma grande preocupação do setor produtivo nos quesitos com o horizonte de seis meses. O indicador que mede as expectativas no ambiente de negócios nos seis meses seguintes (92,8 pontos) continua abaixo do nível dos indicadores que medem o otimismo três meses à frente, como o de demanda prevista (94,2 pontos) e o de emprego previsto (98,3 pontos).
O Índice de Confiança Empresarial consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas sondagens de indústria, serviços, comércio e construção. Em junho, o indicador subiu em 71% dos 49 segmentos investigados, uma disseminação superior à observada no mês anterior.