Consumo das famílias avança 2,6% no segundo trimestre
Maior alta do indicador desde os últimos três meses de 2020 é resultado da retomada das atividades presenciais com o arrefecimento da pandemia, mostra IBGE
Economia|Do R7
O consumo das famílias brasileiras aumentou 2,6% no segundo trimestre de 2022, na comparação com os três meses anteriores. O dado corresponde à maior alta desde os últimos três meses de 2020 (+3,1%), mostram dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Rebeca Palis, coordenadora do levantamento divulgado nesta quinta-feira (1º), explica que o resultado positivo é motivado pela volta do crescimento dos serviços com a retomada das atividades presenciais, que estão com a demanda represada desde o início da pandemia.
"Um reflexo disso [demanda represada] é o aumento no preço das passagens aéreas, uma consequência do crescimento da demanda”, analisa Rebeca, ao comentar o avanço do setor que impulsionou a alta de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) entre os meses de abril e junho. A pesquisadora também avalia que houve o crescimento do comércio, tanto do atacado quanto do varejo, o último ligado diretamente ao consumo das famílias.
"Outros pontos [que ajudam a entender a alta do consumo das famílias] são a melhora do mercado de trabalho, com crescimento da massa salarial na comparação anual, a liberação do saque emergencial do FGTS e a antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS. Tudo isso impactou o consumo, apesar do aumento da inflação e dos juros", afirma Rebeca.
No segundo trimestre, o consumo do governo recuou 0,9%, após registrar estabilidade no trimestre anterior (-0,1%). Em relação aos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), houve aumento de 4,8%, com a taxa de investimento totalizando 18,7% do PIB nacional.