Contrato de aluguel vencido em fevereiro fica até 25,74% mais caro
Índice medido pelo IGP-M ganha ritmo, conforme FGV. Um contrato com parcelas de R$ 800, por exemplo, poderá ter alta de R$ 205,68
Economia|Pietro Otsuka, do R7
O contrato de aluguel vencido em fevereiro vai ficar 25,71% mais caro na hora da renovação anual, segundo o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), divulgado nesta quinta-feira (28) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Em janeiro, o indicador ganhou ritmo em relação a dezembro e marcou 2,58%, superior aos 0,96% registrados no último mês de 2020.
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Na prática, significa que um contrato anual com parcelas mensais de R$ 800, com vencimento em fevereiro, terá um reajuste de R$ 205,68. Portanto, o novo valor na renovação será de R$ 1.005,68 mensais.
Em fevereiro de 2020, o reajuste no mesmo período de 12 meses foi de 7,81%. Neste caso, o mesmo aluguel de R$ 800 foi reajustado em R$ 62,48. Ou seja, o inquilino passou a pagar R$ 862,48 para se manter no mesmo imóvel no período de um ano.
O IGP-M é conhecido popularmente como "inflação do aluguel" exatamente por ser a base mais comum para os reajustes de contratos no setor. Porém, diante de um cenário de pandemia e com o mercado imobiliário abalado pela crise econômica, proprietários e inquilinos podem negociar uma solução no momento do cálculo do reajuste.
Por que o IGP-M está tão alto?
O IGP-M é o resultado da média ponderada de três índices de preços: o IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo), o IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor) e o INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção). Por conta disso, qualquer variação em um destes três indicadores influencia na composição do IGP-M.
Segundo André Braz, coordenador do índice de preços, o preço de commodities e dos combustíveis foram protagonistas no resultado de janeiro de 2021.
“Impulsionado especialmente pelos aumentos nos preços de commodities e de combustíveis, a taxa do IPA voltou acelerar e influenciou destacadamente o resultado do IGP-M. A variação apresentada pelo minério de ferro (4,34% para 22,87%) foi a maior influência positiva do índice ao produtor, que registrou alta de 3,38%, a maior taxa de variação desde novembro de 2020, quando havia subido 4,26%”, afirma o economista.