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Crescimento da indústria brasileira perde força com preços mais altos

Abril foi marcado por uma expansão dos fabricantes de bens ao consumidor, mas trouxe desacelerações para os segmentos de bens de capital e intermediários, aponta PMI

Economia|Do R7

PMI segue acima dos 50 pontos, o que indica expansão da atividade
PMI segue acima dos 50 pontos, o que indica expansão da atividade

O crescimento da indústria brasileira perdeu força em abril diante das dificuldades com gargalos globais de logística e do setor automotivo e com as pressões de preços, de acordo com a PMI (Pesquisa Índice de Gerentes de Compras), da S&P Global, divulgada nesta segunda-feira (2).

A PMI da indústria caiu a 51,8 pontos em abril – em março estava em 52,3, quando o setor voltou a crescer depois de quatro meses em território de contração. Cabe ressaltar que toda leitura acima de 50 pontos indica expansão da atividade.

O mês de abril foi marcado por uma expansão mais forte dos fabricantes de bens ao consumidor, mas houve desacelerações para os segmentos de bens de capital e de bens intermediários.

A produção aumentou pelo segundo mês seguido, mas o ritmo perdeu força em relação a março, com os entrevistados citando o peso da fraqueza no setor automotivo, a pressão inflacionária e a escassez global de matérias-primas.


Além dos preços elevados, a incerteza entre os clientes restringiu o aumento das vendas, segundo as empresas, e as novas encomendas cresceram pelo segundo mês, mas a um ritmo mais fraco.

As vendas internacionais tiveram nova queda em abril, a um ritmo mais acelerado do que em março, com a incerteza global sendo citada como fator para a fraqueza da demanda externa.


As empresas também tiveram que lidar em abril com a pressão dos custos dos insumos, em meio à volatilidade nos preços da energia, a escassez de matérias-primas e a guerra na Ucrânia. A taxa de inflação desacelerou na comparação com março, mas ainda assim foi substancial segundo os padrões históricos, de acordo com a S&P Global.

Os produtores continuaram a repassar aos clientes os custos adicionais, e a taxa de inflação dos preços de venda também foi acentuada. Algumas empresas ainda informaram atrasos no recebimento de itens provenientes da China e da Europa, enquanto outras citaram que a demanda doméstica fraca por insumos facilitou a compra de alguns materiais.

Mas a confiança empresarial melhorou no setor, com expectativas de demanda mais forte, diversificação da produção, planos de investimento e condições estáveis após a eleição presidencial. Isso ajudou na criação de empregos em abril, a taxa mais intensa desde outubro passado.

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