'Crescimento heroico da China acabou', diz vencedor do Nobel de Economia
Paul Krugman avalia que a segunda maior economia do mundo enfrenta o desafio de mudar o motor do crescimento do investimento para o consumo
Economia|Do R7
!['A China precisa estimular o consumo', analisa Paul Krugman](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/G3XSPFVYCNKZJANPGASXWYP2OA.jpg?auth=1b66c786d9539b0db6954482f8da839a77b635c0ee486c9e7c2b03a34b087f76&width=300&height=490)
O economista americano e vencedor do Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman diz acreditar que os dias de crescimento acelerado da economia chinesa ficaram para trás. De acordo com ele, a segunda maior economia do mundo enfrenta agora o desafio de mudar o motor do crescimento do investimento para o consumo, missão que tem se mostrado mais difícil que o esperado pelo governo chinês.
"O crescimento heroico da China acabou. A China é um grande comprador de commodities, então, para países produtores, isso é um problema", disse ele durante participação na Fides 2023, evento internacional do mercado de seguros que acontece no Rio de Janeiro nesta terça-feira (26). "O Brasil é muito mais do que isso, então não vejo como uma preocupação."
![Sinais de desaceleração da China foram cobertos por bolha imobiliária](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/UP6HABOOFZMJZDN4PXY4FYWUGI.jpg?auth=52a1fdbdac8f34ccd3cfc4f014e1c156563a56157c28121b294deb733667c1b8&width=1200&height=800)
De acordo com Krugman, os números mais recentes mostram que o crescimento sustentável da economia chinesa provavelmente está próximo de 3%, taxa muito inferior à vista nas últimas décadas.
Com isso, é impossível sustentar os patamares de investimento que o país observou na história recente. "Sinais de desaceleração da China eram óbvios, mas foram cobertos por uma bolha imobiliária que faz a bolha de 2008 nos EUA parecer trivial", disse ele.
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A saída é estimular o consumo das famílias, que na China são historicamente mais poupadoras. "A China agora precisa estimular o consumo, mas descobriu que é difícil fazer isso", afirmou o Nobel de Economia. Na visão dele, o cenário no restante do mundo é diferente: a desaceleração vista no último ano é transitória.