Dados mostram que economia não 'está decolando', como diz Guedes
Expectativas do mercado financeiro e prévia do PIB divulgadas nesta terça-feira contradizem falas do ministro da Economia
Economia|Do R7
A insistência do ministro da Economia, Paulo Guedes, em dizer que o Brasil “está decolando” foi derrubada pelas expectativas apresentadas pelo mercado financeiro e ganhou mais um balde de água fria nesta terça-feira (16), com a indicação de que a atividade econômica nacional recuou 0,14% no terceiro trimestre, segundo cálculos do BC (Banco Central). E pela primeira vez, o mercado financeiro projeto o PIB brasileiro abaixo do 1%.
Os dados coletados semanalmente pela própria autoridade monetária apontam para um cenário nada animador. Após a quinta revisão negativa consecutiva, os analistas agora preveem que o PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos bens e serviços produzidos no país — vai crescer 4,88% neste ano.
A alta deve servir apenas para repor as perdas do ano passado, motivadas pela pandemia do novo coronavírus. O pessimismo é cada vez maior também para o ano que vem, quando a esperança de crescimento recuou de 1% para 0,93%, o que representa apenas uma estagnação.
As revisões levam em conta inúmeras incertezas criadas pela inflação galopante, que deve fechar o ano próximo dos 10%, impulsionada pela alta nos preços dos combustíveis, da energia elétrica e dos alimentos. Para conter a disparada nos preços, o BC se vê obrigado a elevar a taxa de juros e interromper o ritmo de crescimento da economia.
A alternativa pela elevação da taxa de juros é o instrumento de política monetária mais utilizado para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam outras alternativas de investimento. No entanto, elas carecem de uma resposta fiscal de dentro da equipe comandanda por Guedes.