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Destinos internacionais de Lula tentam aliviar tensões diplomáticas

Após passar por Argentina e EUA, presidente vai à China para completar visita aos três principais parceiros comerciais do Brasil

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Lula visitou os EUA no início de fevereiro
Lula visitou os EUA no início de fevereiro

A busca pelo estreitamento das relações e a solução de recentes tensões diplomáticas com os principais parceiros comerciais do Brasil são duas das motivações da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a China nesta semana.

Durante os primeiros meses de governo, o presidente já passou pelos Estados Unidos e pela Argentina, nações que completam o pódio dos maiores parceiros do Brasil. As escolhas evidenciam a tentativa de deixar para trás as tensões criadas nos últimos anos com os presidentes Joe Biden e Alberto Fernández.

Rodrigo Fernando Gallo, professor de política e relações internacionais do Instituto Mauá de Tecnologia, afirma que as "críticas descabidas" à China, feitas ao longo do governo anterior, não foram suficientes para levar a uma ruptura de relações, mas poderiam ter posto em xeque o futuro da parceria comercial.

"Por mais que possa ser um blefe, algo comum em se tratando de diplomacia, é preciso tomar cuidado com o simbolismo desses atos. Então, para além da comitiva de empresários, essa viagem representa a visita de um chefe de Estado a outro. É uma cortesia que pode atenuar, sim, os problemas do passado recente", analisa Gallo.


De acordo com Leandro Barcelos, gerente de Comércio Internacional da BMJ Consultoria, as viagens de Lula têm evidenciado a reaproximação com países com os quais o Brasil tem uma boa relação comercial.

“As viagens são uma forma de almejar a solução de eventuais controvérsias comerciais, sendo necessárias para reposicionar o país internacionalmente e reinseri-lo nos debates de governança global, buscando gerar externalidades positivas”, afirma Barcelos.


Lula busca reaproximação com parceiros comerciais
Lula busca reaproximação com parceiros comerciais

De acordo com Gallo, a escolha dos principais pares do comércio exterior brasileiro como destino parece natural, pela perspectiva econômica. Ele, no entanto, observa que há, com cada um desses países, situações diferentes do ponto de vista político.

“Os Estados Unidos são um parceiro histórico desde o século 19. Ainda que, evidentemente, não exista um alinhamento automático com Washington, é um ator fundamental para a América Latina em múltiplos aspectos, e a gestão Bolsonaro havia se indisposto com o governo Biden ao questionar os resultados da eleição”, diz o professor.

Sobre a situação com a Argentina, Gallo também recorda os atos do governo anterior, que provocaram ruídos com nossos vizinhos. “Obviamente, existe uma vasta agenda de discussões, o que inclui a necessidade de repensar e expandir o Mercosul”, reforça.

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