Dia dos Pais: avós e maridos ganham presentes mais caros que os pais
Pesquisa mostra maior intenção de compra porque presentes são adquiridos por parentes adultos. Previsão do comércio é faturar mais em 2018
Economia|Diego Junqueira, do R7
Após dois anos em queda, comerciantes e lojistas esperam que o Dia dos Pais seja melhor em 2018 , principalmente no setor de vestuário, que concentra metade das vendas no período. Quem devem sair ganhando são os avós e maridos, que ganharão presentes mais caros do que os pais.
Pesquisa realizada pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, sobre a intenção de compra do consumidor no Grande ABC, mostra que o valor médio de um presente para o avô é de R$ 208, contra R$ 196 para maridos e de R$ 162 para os pais.
De acordo com o levantamento, 63% dos entrevistados pretendem presentear o pai, 15% o marido, 12% o sogro e 5% o avô.
Segundo o economista e professor Sandro Maskio, coordenador do estudo, "o presente mais caro para o avô tem influência do neto e do filho adulto, com disposição maior para gastar".
— No caso dos maridos, são as mães jovens que vão presentear pais jovens e pensam em um presente mais elaborado e de preço maior.
A intenção do consumidor em gastar com presentes é menor em 2018 em comparação com o ano passado (R$ 182 agora contra R$ 194 em 2017), segundo a pesquisa, mas a disposição é de gastar mais de forma geral com a comemoração (R$ 222 contra R$ 206 no ano passado).
— O consumidor está disposto a pagar preço menor por cada produto, mas na média consumir mais produtos. A estratégia para o lojista é tentar ganhar na escala, com preços mais acessíveis, combos e descontos maiores ao invés de ganhar com preço maior.
93 milhões vão às compras
A expectativa é que o Dia dos Pais movimente R$ 13,9 bilhões em comércios e serviços neste ano em todo o país, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas realizada em parceria com o SPC Brasil. No ano passado, o mesmo levantamento apontou expectativa de gastos em torno de R$ 10,7 bilhões.
Segundo Flávio Borges, superintendente de finanças do SPC Brasil, a melhora se deve a uma "recuperação tímida" da economia, mas o varejo "ainda está muito distante de retornar essas vendas aos patamares pré-crise".
— A alta se dá em cima de uma base que é muito baixa, após as quedas de 2016 e 2017.
De acordo com a pesquisa da CNDL, 61% dos consumidores devem ir às compras neste ano, o que significa que 93 milhões farão alguma compra no período: 40% esperam gastar a mesma quantia de 2017, 32% acreditam que vão desembolsar mais e 16% planejam gastar menos. O valor médio por presente é de R$ 149,27, sendo que metade dos produtos serão comprados no setor de vestuário.
Os problemas econômicos do país e a situação de aperto financeiro são as principais razões para a cautela do consumidor.
— A crise impõe restrições às vendas, fazendo com que produtos mais baratos se tornem mais atrativos. A pessoa não vai abrir mão do gesto de presentear, mas ela vai tentar fazer isso de uma maneira que impacte menos a sua renda.