Dólar abre a semana em alta, negociado a R$ 4,93
Leve avanço de 0,3% da moeda norte-americana surge após quatro pregões seguidos de queda, que fizeram a divisa fechar a última semana cotada a R$ 4,916
Economia|Do R7
O dólar tinha leve alta nesta segunda-feira (17), mas segue cotado abaixo da marca psicológica de R$ 5, enquanto investidores monitoravam as expectativas sobre os próximos passos de política monetária do Banco Central dos Estados Unidos e aguardavam a apresentação do arcabouço fiscal ao Congresso brasileiro.
Às 10h12 (horário de Brasília), a moeda norte-americana à vista avançava 0,27%, a R$ 4,9295 na venda. Esse movimento estava em linha com a valorização de 0,2% do índice que compara o dólar a uma cesta de seis pares globais, com o foco de investidores recaindo firmemente sobre a próxima reunião de política monetária do Federal Reserve, no início de maio.
Cresceram para cerca de 85% as chances implícitas em contratos futuros de juros de que o banco central dos EUA eleve os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual no próximo encontro. Por outro lado, a maior parte dos mercados acredita que esse será o último ajuste no atual ciclo de aperto, o que tem pressionado o dólar globalmente nas últimas semanas.
Enquanto isso, investidores domésticos aguardam a apresentação formal do projeto do novo arcabouço fiscal do governo ao Congresso. "A atenção agora se volta aos detalhes de implementação do arcabouço, já que no debate no Congresso o aumento de impostos e as letras miúdas do texto ainda serão revelados, o que pode trazer volatilidade caso haja forte resistência" à proposta do governo, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.
"Vemos algum risco para o real conforme as discussões do Congresso se desenrolam, mas acreditamos que os mercados estão mais preparados para isso e os fatores globais provavelmente dominarão", acrescentou o especialista.
A tímida recuperação do dólar nesta segunda-feira vem depois de a moeda ter caído por quatro pregões consecutivos, acumulando baixa de quase 3%. Na última sessão, na sexta-feira (14), a moeda norte-americana fechou em R$ 4,9162 na venda, mínima desde junho do ano passado.
Esse tombo recente tem sido atribuído por agentes do mercado à melhora do sentimento externo, à redução de temores fiscais locais e ao amplo diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, o que dá ao real uma rentabilidade atraente para investidores estrangeiros.
Além disso, segundo Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), os dados fortes da balança comercial doméstica "ressaltam como o balanço de pagamentos do Brasil mudou fundamentalmente para um lugar muito bom", o que sustenta a visão do instituto de que o "valor justo" do real está em R$ 4,50.