Dólar abre o ano com salto de 1,5% e fecha 1ª sessão de 2021 a R$ 5,27
Moeda norte-americana oscilou entre altos e baixos, captando a volatilidade dos mercados com temores sobre a pandemia
Economia|Do R7
O dólar iniciou 2021 em forte alta contra o real, ao fim de uma sessão em que a moeda oscilou entre ganhos e perdas de mais de 1%, captando a volatilidade dos mercados externos em meio a temores sobre a pandemia e seus efeitos sobre a recuperação econômica.
Na primeira sessão de 2021, a moeda norte-americana subiu 1,51%, a R$ 5,2701 na venda. A valorização percentual desta segunda-feira foi a maior desde 14 de dezembro passado, quando a divisa saltou 1,57%. A cotação variou entre queda de 1,37%, a R$ 5,1206, logo no começo do pregão; e alta de 1,77%, para R$ 5,2835, ao longo da tarde.
A virada do dólar ocorreu em sintonia com o fortalecimento da moeda no exterior, ao mesmo tempo que as bolsas de valores em Nova York abandonaram as pontuações recordes alcançadas mais cedo e passaram a cair em torno de 1,8%.
O Morgan Stanley alertou, em relatório, que a relação risco/retorno de comprar ações norte-americanas se deteriorou e que o mercado está pronto para uma correção de baixa. Uma forte queda em Wall Street pode afetar ativos de risco em todo o mundo, incluindo o real. Veja abaixo gráfico das cotações do real e do índice S&P 500 nesta segunda-feira:
O índice do dólar frente a uma cesta de rivais subia 0,15% no fim da tarde, após chegar a ceder 0,38% na mínima da sessão. O sentimento geral mais arisco teve argumento em renovadas preocupações com o salto em casos de covid-19, o desenrolar das vacinações e o resultado do segundo turno das eleições no Estado norte-americano da Geórgia, que pode definir a maioria no Senado do país.
Um ponto a que o mercado está atento é a evolução da covid-19 após as festas de fim de ano, uma vez que uma reabertura estável da economia e a vacinação são vistas como cruciais para uma recuperação consistente da atividade.
"Se surgirem evidências concretas que as reuniões e festas do fim de ano impulsionaram a crise sanitária, o otimismo dos investidores pode encolher à medida que novos casos e a taxa de ocupação de hospitais cresce", disse Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.