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Dólar atinge menor cotação em um ano, e Ibovespa sobe mais de 1%

A moeda americana à vista fechou o dia cotada a R$ 4,8761, com perspectiva de investimentos chineses; Bolsa teve semana no azul 

Economia|Do R7

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8761
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8761

Em uma sessão espremida entre o feriado e o fim de semana, o dólar à vista voltou a recuar ante o real nesta sexta-feira (9) e atingiu o menor valor em um ano, depois que dados negativos da China elevaram a perspectiva de que o governo chinês poderá dar suporte à sua economia, o que é positivo para divisas de países como o Brasil.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8761 na venda, com baixa de 0,98%. Essa é a menor cotação de fechamento desde 7 de junho de 2022, quando a moeda americana encerrou em R$ 4,8741.

Já o Ibovespa teve sua sexta sessão de alta seguida nesta sexta-feira, com a manutenção do otimismo doméstico após o feriado de Corpus Christi, o que ajudou a trazer um fluxo de investidores estrangeiros à Bolsa.

A Petrobras e o Banco do Brasil foram as maiores influências positivas ao índice. A Vale, que reverteu uma alta de mais cedo, e a Weg ficaram na ponta oposta.


Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,33%, indo a 117.019,48 pontos. Na máxima, marcou 117.602,97 pontos. O volume financeiro somou R$ 29,3 bilhões.

Na semana, o Ibovespa avançou 3,96%. Essa é a sétima semana seguida em que o índice acumula desempenho positivo, a maior sequência desde o fim de 2020.


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"Acreditamos que o desempenho forte do índice hoje é um prolongamento do movimento de alta dos últimos dias", disse o analista Luis Novaes, da Terra Investimentos.

Ele citou fatores como o avanço do arcabouço fiscal no Congresso, as discussões sobre a reforma tributária, a queda nas expectativas de juros, com dados positivos de inflação, e a perspectiva de término do ciclo de alta nos juros americanos.


"Esses fatores estão sendo responsáveis por destravar o valor do índice e os ativos de risco, que se encontravam descontados", acrescentou Novaes.

Perspectiva chinesa

Na noite (pelo horário de Brasília) de quinta-feira (8), a Agência Nacional de Estatísticas da China informou que o índice de preços ao produtor de maio caiu pelo oitavo mês consecutivo, a uma taxa de 4,6%. Esse foi o maior declínio desde fevereiro de 2016 e maior que a expectativa de queda, de 4,3%, de uma pesquisa da Reuters.

Já o índice de preços ao consumidor subiu 0,2% em maio em relação ao ano anterior, abaixo da projeção de aumento, de 0,3%.

Enquanto a inflação tem demonstrado fraqueza na China, ela tem apertado a demanda por produtos nos EUA e na Europa. Assim, alguns analistas avaliam que o Banco Central chinês poderá cortar juros em sua reunião da próxima semana, para dar suporte à economia.

“Diante dos diversos sinais de enfraquecimento da retomada da economia chinesa, o presidente do Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês), Yi Gang, disse que a autoridade monetária local está preparada para ajudar a promover o emprego e a atividade econômica local”, afirmou André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online.

Com isso, os preços de algumas commodities, como o minério de ferro, encontraram suporte nesta sexta-feira, assim como diversas moedas de países exportadores de matérias-primas, como o real.

“O cenário induziu um parecer de que o BC chinês poderá vir a cortar juros para melhorar a demanda. Algumas commodities foram impactadas, e as divisas de países exportadores de commodities foram favorecidas”, resumiu Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.

O gestor de renda fixa da Kínitro Maurício Ferraz disse que a perspectiva de queda de juros no Brasil, como precificado na curva a termo nesta sexta-feira, não deveria ser favorável ao real. No entanto, segundo ele, o ambiente para economias emergentes está mais positivo, o que justifica o movimento recente do câmbio.

Com a sexta-feira espremida entre o feriado de Corpus Christi e o fim de semana, profissionais do mercado também citavam uma liquidez reduzida no Brasil, em especial nas operações comerciais do mercado à vista. Na prática, exportadores e importadores se mantiveram mais afastados dos negócios.

O mercado futuro, no entanto, manteve um volume razoável de negócios para o dia, sendo que os investidores estrangeiros seguiram operando, com foco na rentabilidade dos ativos brasileiros, em especial na Bolsa de Valores.

O dólar à vista oscilou em baixa durante praticamente toda a sessão e, às 10h11, quebrou a barreira técnica dos R$ 4,90. Como de costume, quando a divisa superou esse importante ponto de referência, algumas ordens de "stop" (ordens de parada) foram disparadas, o que ampliou as perdas. Às 11h29, a moeda à vista atingiu a mínima do dia, indo a 4,8556 (-1,40%).

A partir daí, as cotações se recuperaram um pouco, mas ainda assim o dólar encerrou o dia em queda firme ante o real.

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