Dólar e Ibovespa recuam após alta de juros e balanços no radar
Investidores digeriam sinalização do BC de que vai promover outro aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic em junho
Economia|Do R7, com Reuters
O dólar era negociado em queda contra o real nesta quinta-feira (6), com os investidores digerindo a sinalização do Banco Central de que vai promover outro aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic em junho, depois de ter elevado os juros domésticos em 3,5% ao ano na véspera. Já a bolsa paulista mostrava certa hesitação nos primeiros negócios, com uma bateria de resultados sob os holofotes, incluindo Ambev, GPA e Ultrapar, em meio a um ambiente externo menos favorável.
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Às 10:28, o dólar recuava 0,83%, a R$ 5,3209 na venda, enquanto o dólar futuro de maior liquidez caía 0,60%, a R$ 5,336. Um pouco antes, às 10:05, o Ibovespa caía 0,05%, a 119.499,31 pontos.
A decisão do BC de quarta-feira (5) marcou a segunda alta consecutiva de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros, movimento que acontece em meio ao aumento persistente da inflação corrente e das expectativas para a inflação de 2022.
Ao elevar os juros em março, o BC anunciou estar dando início a um processo de "normalização parcial" da política monetária, indicando a intenção de ainda manter um estímulo à economia, com os juros abaixo do patamar considerado neutro (6,5%, segundo cenário básico citado pelo BC no mês passado).
Neste novo comunicado, a autoridade monetária fez um ajuste à linguagem, destacando que "no momento" o cenário básico indica a normalização parcial da taxa de juros como apropriada, "com a manutenção de algum estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica".
"(O comunicado) alertou que os passos futuros poderão ser ajustados para cumprir a meta de inflação, reduzindo bastante seu compromisso com um ajuste parcial", disseram analistas do Bradesco em nota. "Aqui está, a nosso ver, a maior novidade na comunicação."