Dólar encerra sequência de baixa e fecha em alta nesta quarta-feira, a R$ 5,79
Após a maior saga de queda desde o Plano Real, moeda norte-americana cresceu R$ 0,02 em relação a essa segunda
Economia|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Após uma sequência de 12 quedas, o dólar teve alta nesta quarta-feira (5) e fechou o dia em R$ 5,79. Foi o maior período de diminuição do valor da moeda americana desde o Plano Real, lançado em 1994.
O dólar encerrou na segunda (4) em R$ 5,77, o valor mais baixo desde 19 de novembro do ano passado. Ao longo desta quarta, a moeda oscilou entre R$ 5,75 e R$ 5,81. O cenário é acompanhado pelo anúncio, nesta semana, de retaliações da China à elevação de tarifas pelo governo norte-americano de Donald Trump.
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O país asiático anunciou tarifas de importação sobre produtos dos Estados Unidos depois de Trump aumentar as taxas sobre mercadorias chinesas. Soma-se ao contexto a divulgação de dados fracos da economia dos EUA — o número de vagas de trabalho abertas no país caiu 556 mil em janeiro.
Um dos fatores que pode explicar a alta do dólar são as recentes falas de Trump em relação à Faixa de Gaza — estreito pedação de terra palestino entre Israel e Egito. Após reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, o republicano declarou nessa terça — depois do fechamento do dólar no dia — que os Estados Unidos vão tomar o controle da região.
“Os EUA assumirão a Faixa de Gaza, e faremos um trabalho com ela também. Nós seremos os donos e seremos responsáveis por desmantelar todas as perigosas bombas não detonadas e outras armas no local”, afirmou Trump, sem acrescentar detalhes, mas citar “uma posição de longo prazo”.
Segundo o norte-americano, os EUA querem “ter aquele pedaço de terra, desenvolvê-lo, criar milhares de empregos” e que isso traria estabilidade para a região. “Eu vejo uma posição de propriedade de longo prazo, e vejo isso trazendo grande estabilidade para aquela parte do Oriente Médio e talvez para todo o Oriente Médio. E todos com quem falei — essa não foi uma decisão tomada levianamente —, todos com quem falei amam a ideia dos Estados Unidos possuírem aquele pedaço de terra, desenvolvendo e criando milhares de empregos com algo que será magnífico em uma área realmente magnífica”, completou Trump.
