Dólar fecha a R$ 4,86, menor nível em um ano; bolsa tem maior alta em sete meses
Moeda teve segunda queda seguida; já o Índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 0,27%, a 117.336,34 pontos
Economia|Do R7
O dólar à vista deu continuidade, nesta segunda-feira (12), ao movimento mais recente de queda em comparação ao real, em meio a uma percepção positiva em relação ao cenário econômico doméstico e à expectativa, no exterior, pela decisão sobre os juros do Federal Reserve nesta semana.
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8681 na venda, com baixa de 0,16%. Essa é a menor cotação de fechamento em cerca de um ano, desde 6 de junho de 2022, quando encerrou em R$ 4,7959.
Já o índice Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, renovando máximas em sete meses, com Petrobras e Banco do Brasil entre os principais suportes, enquanto Vale freou um desempenho mais robusto em meio ao declínio do minério de ferro na Ásia.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,27%, a 117.336,34 pontos. Na máxima, chegou a 117.734,99 pontos. O volume financeiro somou R$ 28,9 bilhões.
Investidores da bolsa paulista começaram a semana com nova melhora nas expectativas para a inflação no país, conforme a pesquisa Focus, o que reforça as expectativas de que o Banco Central comece a cortar a Selic mais cedo do que o previsto.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, destacou, nesta segunda, que a curva futura de juros tem tido uma "queda relevante" no país e indicou, sem especificar o momento, que isso abre espaço para corte na taxa básica Selic à frente.
Para o Goldman Sachs, a melhora das perspectivas de inflação para 2023 deve reduzir as forças inerciais para 2024, enquanto a melhora das expectativas para 2024 e o horizonte mais longo de 2025-2026 devem ser observados e bem recebidos pelo BC.
"Isso e a recente dinâmica favorável do IPCA e da inflação no atacado (IGP), e o fortalecimento do real, devem permitir que o BC considere um pivô de política e cogite cortes de juros já na reunião do Copom de agosto", afirmou em nota a clientes.
Segundo a pesquisa Focus, a trajetória do afrouxamento monetário ainda mostrava uma redução de 0,5 ponto percentual da Selic em setembro, 0,25 ponto em novembro e 0,50 ponto em dezembro.
Perspectivas de um alívio monetário mais cedo que o esperado têm apoiado o rali recente do Ibovespa, que já acumula um ganho de mais de 8% apenas no mês de junho.
Para profissionais da Franklin Templeton no Brasil, porém, o Ibovespa continua negociando a múltiplos bastante descontados, próximo a sete vezes o lucro projetado, contra a estimativa da casa de uma média histórica em torno de 11,5 vezes.
No cenário externo, as atenções estão voltadas para a decisão de política monetária do Federal Reserve na quarta-feira, em meio a expectativas majoritárias de que os juros de referência "overnight" permaneçam na faixa de 5% a 5,25%.
Antes da decisão, contudo, estarão no radar dados sobre o comportamento dos preços ao consumidor norte-americano de maio, que serão divulgados na terça-feira, que devem ajudar a calibrar as apostas para a decisão do Fed.
Moeda norte-americana
Pela manhã, a moeda norte-americana oscilou em margens bastante estreitas no Brasil, entre altas e baixas, em meio a sinais mistos no exterior. Embora o dólar caísse em comparação a algumas divisas de países emergentes e exportadores de commodities, ele subiu em relação a outras moedas.
Com a moeda em patamares mais baixos, alguns exportadores entraram no mercado para adquirir divisas, o que deu certo viés de alta para o dólar em alguns momentos.
Mas isso não se sustentou, porque a queda do dólar em relação a algumas divisas no exterior também influenciou as cotações, conforme um profissional ouvido pela Reuters.