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Dólar fecha em leve alta apesar de leitura benigna de inflação nos EUA

Movimento no mercado reflete expectativas sobre juros e cenário econômico global

Economia|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O dólar fechou em leve alta de 0,12%, a R$ 5,3926, após recuar pela manhã devido a dados de inflação nos EUA.
  • Pressão compradora no mercado é observada com aumento das remessas de recursos ao exterior, típica do fim de ano.
  • O déficit em transações correntes do Brasil atingiu US$ 9,774 bilhões em setembro, o maior para o mês na história.
  • O Banco Central planeja intervenção dupla no mercado de câmbio para mitigar pressões sobre a moeda americana.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Semana termina com baixa de 0,24% mas ainda exibe ganhos em outubro (1,31%) Reprodução/Pexels/Pixabay

Depois de recuar pontualmente pela manhã sob o impacto da leitura benigna da inflação ao consumidor nos EUA, que reforçou a perspectiva de mais dois cortes de juros pelo Federal Reserve até o fim do ano, o dólar à vista ganhou força ao longo da tarde e encerrou a sessão desta sexta-feira (24), em leve alta.

Operadores afirmam que o recuo do petróleo e a diminuição das perdas da moeda americana frente a outras divisas emergentes estimularam uma realização de lucros intradia no mercado local, em um ambiente de liquidez bem reduzida.


Já há relatos também de pressão compradora tanto no segmento à vista quanto no futuro, em movimento típico de fim de ano, quando aumentam as remessas de recursos ao exterior.

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Com mínima de R$ 5,3628 e máxima de R$ 5,4032, o dólar à vista fechou em alta de 0,12%, a R$ 5,3926. A divisa termina a semana com baixa de 0,24% mas ainda exibe ganhos em outubro (1,31%). No ano, a moeda americana recua 12,74% em relação ao real.


Por aqui, destaque para o IPCA-15 em outubro, com alta de 0,18%, abaixo da mediana de Projeções Broadcast, de 0,24%. Investidores aumentam as apostas em início de um ciclo de cortes da taxa Selic em janeiro.

Analistas ponderam, contudo, que ainda é cedo para ver um desmonte de operações do carry trade, dado que o diferencial entre juros interno e externo com o afrouxamento monetário nos EUA e a taxa brasileira elevada desestimula apostas contundentes contra o real.


Sócio da Ethica Services, Ricardo Gallo afirma que a valorização do real neste ano é consequência do enfraquecimento global do dólar e do aumento da atratividade das operações de carry trade, em razão da taxa de juros elevada e da baixa volatilidade da moeda.

Isso teria levado os investidores estrangeiros a reduzirem drasticamente a posição comprada em dólar. “Estamos no carry trade ‘mood’.


Se a Selic cair ou a volatilidade aumentar, cai o retorno. Mas toda a dança para mesmo se o dólar voltar a subir lá fora”, afirma Gallo, em nota.

Analistas ressaltam que o real se apreciou neste ano apesar da deterioração das contas externas.

O BC informou pela manhã que o déficit em transações correntes atingiu US$ 9,774 bilhões em setembro de 2025 - o maior para o mês na série histórica e acima da estimativa mais pessimista de Projeções Broadcast (US$ 8,40 bilhões).

Em relatório, o Itaú afirma que o déficit em transações correntes acima do esperado reflete uma saída maior de lucros e dividendos, que atingiram US$ 5,4 bilhões, acima das expectativas (US$ 4,3 bilhões).

Já o Bradesco chama a atenção para o impacto da importação de uma plataforma de petróleo, que reduziu o superávit comercial no período.

Para a XP, o déficit em conta corrente em 2025 deve ultrapassar o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) pela primeira vez desde 2015.

Na quinta, o Banco Central anunciou uma intervenção dupla no mercado de câmbio para a próxima segunda-feira (27), provavelmente com o objetivo de mitigar pressões de alta no chamado cupom cambial (que reflete juro em dólar no Brasil) e atender a uma demanda pontual pela moeda americana.

Em uma operação conhecida como “casadão”, a autoridade monetária fará oferta simultânea de US$ 1 bilhão em swaps cambiais reversos (o que equivale, na prática, à compra de dólar futuro) com venda de até US$ 1 bilhão à vista. Trata-se de operação idêntica à realizada em junho deste ano.

O sócio-fundador da Eytse Estratégia, Sergio Goldenstein, explica que o “casadão” é uma operação que não afeta diretamente a taxa de câmbio, uma vez que não altera a exposição cambial do mercado.

“Porém, ambas as operações geram pressão baixista sobre o cupom cambial. Vale lembrar que um cupom mais baixo favorece as operações de ‘carry trade’ e encarece o hedge cambial. É possível que o BC tenha identificado um fluxo mais forte de saída de dólares nos próximos dias”, afirma Goldenstein.

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