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Dólar fecha semana em baixa de 2,40%, e Ibovespa tem o melhor resultado em dois meses

O desempenho veio com a promulgação da PEC da Transição para apenas um ano e a prévia da inflação de dezembro em 0,52%

Economia|Do R7

Penúltima semana do ano termina com Ibovespa em alta e dólar em queda
Penúltima semana do ano termina com Ibovespa em alta e dólar em queda

O anúncio da alta de 0,52% do IPCA-15 (índice nacional de preços ao consumidor amplo-15) em dezembro, e de 0,53% em novembro, levou o dólar a recuar frente ao real e o Ibovespa a fechar em alta nesta sexta-feira (23). Na semana, o índice da bolsa brasileira atingiu o melhor resultado em dois meses, enquanto a moeda americana se manteve em baixa.

No mercado à vista, o dólar caiu 0,39%, fechando a R$ 5,1655 na venda, o menor patamar para o encerramento desde 8 de novembro, quendo chegou a R$ 5,1498. Com a depreciação desta sexta, a moeda à vista fechou a semana em baixa de 2,40% frente ao real.

De acordo com dados preliminares, o Ibovespa subiu 2,04%, indo a 109.746,28 pontos e engatando a maior alta semanal em dois meses. 

Na máxima da sessão, o índice alcançou 109.994,23 e, na mínima, esteve em 107.551,70. A B3 e a Petrobras foram as maiores influências positivas, enquanto a Suzano e a Gerdau ficaram do lado oposto.


O volume financeiro somava R$ 21,4 bilhões, ante a média diária de R$ 31,2 bilhões em dezembro, até a véspera.

Boa parte dos mercados financeiros atribuiu a queda recente do dólar à promulgação da PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição com apenas um ano de duração. O governo de transição pretendia uma ampliação do teto de gastos em R$ 145 bilhões por dois anos, mas a ideia enfrentou resistências na Câmara, resultando na aprovação da exceção à regra fiscal somente para 2023.


"A aprovação da PEC por um ano, e não quatro, e toda a costura política por trás foi sensivelmente mais complicada do que o novo governo desejaria, e resta agora entender os próximos passos e como isso deve afetar o resultado fiscal, que deve fechar em este ano em considerável superávit", disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

A bolsa local aproveita a reação positiva à aprovação da PEC da Transição mais enxuta nesta semana, depois que o IPCA-15, a prévia da inflação oficial do Brasil, de dezembro veio dentro do esperado. Algumas pesquisas indicavam exatamente um avanço de 0,52% na base mensal do índice, mesmo número divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 


Com isso, o índice registrou avanço de 5,90% nos 12 meses até dezembro, desacelerando ante os 6,17% de novembro e ficando ligeiramente abaixo da expectativa de alta de 5,92%.

"Depois de um IPCA-15 mais tranquilo, câmbio e juros seguem em baixa", disse, em publicação no Twitter, Sergio Machado, sócio da NCH Capital. "O mercado continua com viés de bom humor."

Como suporte adicional aos ativos brasileiros nesta semana, alguns participantes do mercado destacaram a indicação, pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), para assumir o MDIC (Ministério da Indústria e Comércio).

"Graças à experiência como governador de São Paulo, seu nome foi bem recebido", disse a XP em nota a seus clientes.

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No exterior, o dólar caía frente a várias divisas emergentes pares do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o dólar australiano — o que também ajudou a sustentar o real nesta sexta.

Segundo participantes do mercado, o movimento refletiu a notícia de que o índice de preços americano PCE subiu 0,1% no mês passado, desacelerando depois de ter avançado 0,4% em outubro. Nos 12 meses até novembro, o índice de acumulou alta de 5,5%, abaixo dos 6,1% de outubro.

Embora não pareça ser o suficiente para desencorajar o Federal Reserve de elevar da taxa de juros para níveis mais altos no ano que vem, o dado, em linha com o esperado pelos mercados, permitiu algum movimento de procura por risco na sessão.

"Mais uma boa notícia de inflação em queda", comentou Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, também no Twitter. "O consumo em novembro teve desaceleração maior, o que também é positivo para o trabalho da política monetária lá."

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