Dólar passa a cair com Comissão de Orçamento e autonomia do BC
Às 14:36, moeda recuava 0,45%, a R$ 5,35 na venda, após ter chegado a saltar mais de 1% na máxima do dia, a R$ 5,43
Economia|Do R7
O dólar passava a cair contra o real nesta quarta-feira (10), acompanhando o otimismo dos mercados internacionais, enquanto a instalação da CMO (Comissão Mista de Orçamento) e a votação da autonomia formal do Banco Central forneciam algum alívio para os investidores preocupados com as contas públicas brasileiras.
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Em sessão marcada por volatilidade, às 14:36, o dólar recuava 0,45%, a R$ 5,3586 na venda, depois de ter chegado a saltar mais de 1% na máxima do dia, a R$ 5,4384.
O dólar futuro de maior liquidez tinha queda de 0,26%, a R$ 5,368.
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O clima global parecia mais otimista, com os agentes do mercado à espera de mais estímulos fiscais nos Estados Unidos de forma a combater as consequências econômicas da Covid-19, com os democratas do Congresso norte-americano avançando com uma proposta no valor de US$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de rivais registrava leves perdas, enquanto pares arriscados do real apresentavam desempenho misto.
Comissão Mista de Orçamento
Por aqui, os investidores recebiam com alívio a notícia de que, após aproximadamente um ano de atraso e uma série de embates, a CMO (Comissão Mista de Orçamento) foi instalada nesta quarta-feira com a tarefa de analisar o Orçamento para este ano.
A deputada Flávia Arruda (PL-DF) foi aclamada presidente do colegiado, que terá até março para produzir um parecer para a proposta de LOA (Lei Orçamentária Anual) deste ano.
A aprovação da peça orçamentária é crítica em um momento de dificuldades com as contas públicas. Sem a aprovação da LOA, o Executivo fica refém do limite de 1/12 do previsto no ano para as despesas obrigatórias a cada mês.
"O fato de já haver um início dos trabalhos dá um alívio para o real; a (instalação da) Comissão estava muito atrasada", disse à Reuters Alejandro Ortiz, economista da Guide Investimentos, embora tenha alertado que a situação fiscal do país está longe de resolvida.
Além da instalação da Comissão, ele citou como bem-vinda a notícia de que a votação pelo plenário da Câmara do projeto que confere autonomia formal ao Banco Central, de forma a garantir à instituição financeira que execute suas tarefas sem risco de interferência político-partidária, ficou para esta quarta-feira após um acordo entre lideranças do governo e da oposição.
Em nota, analistas da XP Investimentos disseram que, "na política, o governo superou ontem a prévia de seu primeiro teste na Câmara sob a presidência de Arthur Lira, ao aprovar a urgência para o projeto de autonomia do Banco Central (...)", embora a equipe econômica siga "sofrendo pressão dos congressistas para a retomada do auxílio emergencial sem contrapartidas fiscais".
Temores de que os gastos com estímulo para a população levem a um furo do teto fiscal têm pressionado o real contra o dólar nos últimos meses, bem como um ambiente de juros baixos e forte disseminação da Covid-19 no Brasil.
Na terça-feira, o dólar negociado no mercado interbancário teve alta de 0,19%, a R$ 5,3827 na venda, mesmo após o Banco Central intervir com venda de US$ 1 bilhão no mercado de derivativos.