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Dólar recua 0,34% com fraqueza global da moeda americana após dados nos EUA

Impacto das projeções de corte de juros nos Estados Unidos ajudou a moeda a fechar cotada a R$ 5,37

Economia|Do Estadão Conteúdo

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O dólar recuou 0,34%, fechando a R$ 5,3767, influenciado pela desvalorização da moeda americana globalmente.
  • Investidores apostam em cortes de juros pelo Federal Reserve após dados econômicos dos EUA motivarem esta expectativa.
  • O projeto de lei que regulamenta a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde foi aprovado pelo Senado, causando receios fiscal no mercado.
  • Dados das contas externas mostraram um déficit de US$ 5,1 bilhões em transações correntes, com destaque para um Investimento Direto no País de US$ 10,9 bilhões em outubro.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Investidores apostam em cortes de juros pelo Federal Reserve Marcello Casal jr/Agência Brasil/

O dólar encerrou a sessão desta terça-feira (25) em baixa moderada, na casa de R$ 5,37, acompanhando a onda de desvalorização da moeda americana no exterior.

Investidores reforçaram as apostas em corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro após a divulgação de dados de inflação e atividade nos EUA que ficaram represados durante a paralisação (shutdown) da máquina pública.


O real, que costuma apresentar desempenho superior ao da maioria das divisas emergentes em dias de apetite ao risco, exibiu ganhos bem mais modestos que pares latino-americanos, como os pesos mexicano e chileno.

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Operadores pontuam que a cautela fiscal limitou o fôlego da moeda brasileira. Houve receio com a apreciação pelo Senado do projeto de lei que regulamenta a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde, apelidado de pauta-bomba pelo impacto fiscal bilionário. O PL (Projeto de Lei) foi aprovado após o fechamento do mercado de câmbio.


Após mínima a R$ 5,3576 por volta das 10h30, o dólar chegou a tocar pontualmente terreno positivo entre o fim da manhã e o início da tarde, quando superou o nível de R$ 5,40 e registrou máxima a R$ 5,4130.

O aprofundamento das perdas da moeda americana no exterior ao longo da segunda etapa de negócios voltou a jogar a divisa para baixo no mercado local.


O dólar à vista terminou o dia em queda de 0,34%, a R$ 5,3767. Foi o segundo pregão consecutivo de recuo da divisa, em aparente correção dos excessos da última sexta-feira (21), quando avançou 1,18% e fechou acima de R$ 5,40, no maior nível desde 17 de outubro.

Com as perdas de hoje, a moeda volta a mostrar baixa em outubro (-0,07%). No ano, a desvalorização é de 13%. O gerente da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, ressalta que a apreciação do projeto de lei dos agentes comunitários pelo Senado parece uma resposta do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), à indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao STF (Supremo Tribunal Federal). Alcolumbre trabalhava pelo nome do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG).


“O dólar cai aqui apenas porque o ambiente lá fora é favorável a moedas emergentes. O quadro fiscal ainda é muito frágil e essa disputa entre governo e Senado aumenta a percepção de risco”, afirma Galhardo.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, o índice DXY (Índice do Dólar) furou o piso dos 100,000 pontos e rondava 99,688 pontos no fim da tarde, em queda de cerca de 0,45%, após mínima aos 99,654.

O PPI (Índice de Preços ao Produtor) de setembro veio em linha com as expectativas. Do lado da atividade, as vendas no varejo dos EUA subiram 0,2%, aquém das estimativas (0,3%).

“Os dados da economia americana que estão saindo após o fim do shutdown corroboram a visão de que o Fed (Federal Reserve) deve reduzir os juros em dezembro. Isso favorece o enfraquecimento do dólar no mundo e tem reflexos aqui”, afirma a economista da Coface para América Latina, Patricia Krause.

Indicado pelo presidente Donald Trump ao Fed, o diretor Stephen Miran disse que a conjuntura “pede cortes nas taxas de juros”, argumentando que a taxa de desemprego avança porque a “política monetária está muito restritiva”.

À tarde, notícia da Bloomberg afirmou que o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, é visto como favorito para substituir Jerome Powell no comando do Federal Reserve.

Entre indicadores locais, destaque para os resultados das contas externas em outubro. O déficit em transações correntes foi de US$ 5,1 bilhões, acima da mediana de Projeções Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado (US$ 4,4 bilhões), mas o menor para os meses de outubro desde 2022.

A surpresa positiva veio com o IDP (Investimento Direto no País), que somou US$ 10,9 bilhões em outubro, acima do pico de Projeções Broadcast (US$ 8 bilhões).

Pela primeira vez desde janeiro, o IDP acumulado em doze meses supera o déficit em transações correntes.

O economista Sergio Goldenstein, sócio-fundador da Eytse Estratégia, observa que as transações correntes seguem pressionadas “pela perda de dinamismo da balança comercial, apesar de alguma melhora na margem”.

Ele pondera que o financiamento externo “permanece confortável”, com o IDP e as entradas em carteira.

Goldenstein destaca ingressos de US$ 2,5 bilhões em títulos de renda fixa em dezembro. No acumulado do ano, superam US$ 16 bilhões.

“As entradas em renda fixa refletem principalmente o interesse do investidor estrangeiro no diferencial de juros (carry trade)”, afirma o economista, em nota.

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