Dólar recua e fecha a R$ 4,76, após oscilação; Ibovespa tem queda
Índice de referência do mercado acionário brasileiro caiu 0,63%, a 118.228,71 pontos; já a moeda americana recuou 0,24%
Economia|Do R7
O dólar à vista fechou a segunda-feira (26) em queda no Brasil, depois de ter oscilado em margens bastante estreitas durante a sessão, com investidores repercutindo o noticiário externo e em meio a uma visão ainda favorável ao real que vem segurando as cotações.
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,7662 na venda, com baixa de 0,24%.
Já o Ibovespa também fechou em baixa nesta segunda-feira, ainda refletindo movimentos de correção, principalmente em papéis cíclicos domésticos, enquanto a Petrobras ofereceu contrapeso, fechando em alta de cerca de 2%.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,63%, a 118.228,71 pontos, de acordo com dados preliminares. O volume financeiro somava R$ 17,4 bilhões.
A queda vem após o Ibovespa acumular, até a última sexta-feira, um ganho de quase 10% em junho, em boa parte apoiado pelo fluxo de capital externo para as ações brasileiras, que está positivo em R$ 6,87 bilhões no mês até o dia 22.
Os movimentos de realização de lucros no pregão também ocorreram diante de divulgações relevantes na cena brasileira previstas para a última semana do semestre, que devem ajudar a balizar as apostas para os próximos passos do Banco Central.
Moeda americana
Pela manhã, a moeda americana ensaiou uma alta em relação ao real, com as cotações repercutindo a turbulência na Rússia. Na sexta-feira, o país acusou o chefe mercenário Yevgeny Prigozhin, do grupo Wagner, de convocar um motim armado. Ainda no fim de semana, o motim foi aparentemente debelado, mas o evento ainda influenciava os negócios na manhã desta segunda-feira.
“Por um tempo achamos que a Rússia faria preço, mas o motim foi rapidamente debelado. Então, a previsão da S&P para o crescimento da China permeou um pouco os negócios”, comentou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.
A S&P cortou a previsão de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2023, de 5,5% para 5,2%, ressaltando a natureza desigual da recuperação pós-reabertura do país. Foi o primeiro corte desse tipo feito por uma agência global de risco neste ano e segue revisões feitas pelo Goldman Sachs e outros grandes bancos de investimento.
A ação da S&P elevou os temores quanto à recuperação da economia do gigante asiático, o que em alguns momentos pressionou as moedas de países exportadores de commodities, como o real brasileiro.
A cotação máxima do dia, no entanto, foi verificada logo no início dos negócios, às 9h01, quando o dólar marcou R$ 4,7856 (+0,16%).
Com a moeda americana sem força também no exterior, o dólar à vista migrou para o terreno negativo no Brasil ainda pela manhã, em meio à visão otimista sobre a economia brasileira, trazida por uma perspectiva fiscal positiva e pela projeção de maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) apontada pelo relatório Focus, entre outros fatores.
Às 10h45, a divisa à vista dos EUA atingiu a mínima da sessão, de R$ 4,7582 (-0,40%).
Um operador ouvido pela Reuters, no entanto, chamou atenção para o fato de que o dólar oscilou em margens bastante estreitas, sem que houvesse mudança significativa nas posições dos diferentes agentes. Da máxima para a mínima, o dólar oscilou apenas 0,57%.
No exterior, durante a tarde, o dólar seguia perto da estabilidade na comparação com uma cesta de moedas fortes e tinha sinais mistos em relação a moedas de países exportadores de commodities.