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Dólar salta 1,1% e supera R$ 4,80 em começo de mês com ruídos políticos

É o maior patamar em uma semana e a mais forte valorização diária desde 9 de maio (+1,62%)

Economia|

O dólar à vista subiu 1,10%, a R$ 4,8065
O dólar à vista subiu 1,10%, a R$ 4,8065 O dólar à vista subiu 1,10%, a R$ 4,8065

Uma nova rodada de fortalecimento global do dólar pegou em cheio o mercado de câmbio brasileiro nesta quarta-feira (1º), e a moeda americana fechou em alta de mais de 1%, acima de R$ 4,80, num começo de junho nada auspicioso para divisas emergentes em meio a renovados temores inflacionários e de juros mais altos pelo mundo.

O dólar à vista subiu 1,10%, a R$ 4,8065. É o maior patamar em uma semana e a mais forte valorização diária desde 9 de maio (+1,62%).

A cotação firmou alta na parte da tarde, quando o sentimento de risco global piorou, mas pela manhã chegou a marcar queda de 0,66%, a 4,7227 reais. Nas operações vespertinas, chegou a saltar 1,29%, a R$ 4,8154.

O real amargou o terceiro pior desempenho entre as principais moedas globais nesta sessão, melhor apenas que o rublo russo e o iene japonês. O dólar ganhou terreno frente a 29 pares de uma lista de 33, e uma medida das oscilações da moeda caminhava para a maior alta diária em quase um mês, após dados fortes nos EUA alimentarem novamente apostas de elevação mais intensa dos juros americanos.

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Os ruídos em Brasília, que vão desde demanda por aumentos salariais por parte de servidores públicos, pressões cada vez maiores por medidas para intervir no preço dos combustíveis, tensões entre Centrão e Ministério da Economia e as manchetes eleitorais, deram ainda menos motivos para qualquer venda de dólar.

Diretamente afetada por especulações sobre mudanças forçadas em sua política de preços, Petrobras voltou a cair nesta quarta-feira e acumula queda de quase 8% em suas ações preferenciais desde as máximas alcançadas horas antes do anúncio da mais recente troca do presidente da estatal, ocorrida em 23 de maio.

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Em relatório, Claudio Irigoyen e Christian Gonzalez Rojas, do Bank of America, disseram que o real está próximo do patamar justo sugerido por elementos macro e deve superar pares regionais no curto prazo, mas ponderaram que a moeda pode sofrer com efeitos negativos de um aumento de prêmio de risco decorrente da combinação entre as eleições de outubro e o fim do ciclo de aperto monetário pelo Banco Central.

A visão mais desconfiada acerca do real faz parte de um entendimento mais amplo em relação às moedas latino-americanas, para as quais os profissionais mantêm viés "cauteloso" apesar de taxas de câmbio em níveis "historicamente baratos".

"Nosso melhor conselho para investidores é não cair na armadilha de valor da América Latina", afirmaram. "A incerteza política é ampla, os fundamentos institucionais continuarão enfraquecendo e o crescimento continuará ficando para trás em relação a outras regiões, o que sugere que o prêmio de risco deve permanecer alto por mais tempo. Além disso, o cenário global que nossos economistas e estrategistas preveem para o restante de 2022 não é um bom presságio para as moedas latino-americanas", finalizaram.

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