Dólar sobe ante real, a R$ 4,88; Ibovespa cai 0,34%, mas caminha para o melhor mês em três anos
Moeda dos EUA acumula queda de 3,06% em novembro, e o índice da bolsa supera 127 mil pontos pela primeira vez desde 2021
Economia|Do R7
O dólar à vista fechou a quarta-feira (29) com elevação de 0,28% ante o real, avançando também no exterior, na esteira de novos dados sobre a economia dos Estados Unidos. A moeda norte-americana, cotada a R$ 4,8865 na venda, acumula queda de 3,06% em novembro. O Ibovespa, que na máxima do dia chegou a 127.388,15 pontos, caminha para seu melhor desempenho mensal em três anos.
No início da sessão, o dólar chegou a ceder frente ao real, dando continuidade ao movimento da véspera (queda de 0,54%).
Dados do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA, que mostraram crescimento da economia norte-americana a uma taxa anualizada de 5,2% no último trimestre, impactaram as cotações. Embora os gastos do consumidor tenham sido revisados para baixo, o resultado cheio do PIB deu força ao dólar em relação às divisas fortes e ante a maior parte das moedas de emergentes e exportadores de commodities.
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No Brasil, o movimento fez o dólar à vista marcar a máxima de R$ 4,9061 às 11h19, alta de 0,68%.
Investidores ainda repercutiam os comentários de autoridades do Fed (Federal Reserve), o sistema de bancos centrais dos Estados Unidos. Na tarde de terça (28), Christopher Waller, diretor do Fed, disse que as autoridades parecem estar confortáveis em encerrar 2023 sem mexer na taxa básica de juros.
A fala reforçou a avaliação de que a taxa básica deve ser mantida na faixa de 5,25% a 5,50%, com o processo de cortes começando ainda no primeiro semestre de 2024. O movimento, em tese, é desfavorável ao dólar.
Neste cenário, às 9h03, o dólar à vista marcou a cotação mínima de R$ 4,8649, recuo de 0,17%.
Na B3, às 17h15 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,40%, a R$ 4,8920. No mesmo horário, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,18%, a 102,800.
“Com uma queda acumulada de mais de 3% em novembro, é compreensível que haja um ajuste para cima das cotações”, comentou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.
Rumo ao melhor mês em três anos
A expectativa de que o Fed tenha encerrado o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos também influenciou o resultado do Ibovespa, que superou os 127 mil pontos pela primeira vez desde 2021, em direção a seu melhor desempenho mensal em três anos, com o ganho acumulado alcançando 11,5% até o momento.
Apesar disso, o índice de referência do mercado acionário brasileiro encerrou a quarta-feira em baixa de 0,34%, a 126.109,08 pontos (dados preliminares), em meio a movimentos de realização de lucros.
Na máxima do dia, o índice chegou a 127.388,15 pontos, maior patamar intradia desde 16 de julho de 2021. Na mínima, atingiu 126.017,97 pontos. O volume financeiro somava R$ 20,45 bilhões antes dos ajustes finais.
O movimento de alta é apoiado principalmente pelo retorno do capital externo para a bolsa, com o saldo no mês positivo em R$ 17,4 bilhões até o dia 27.