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Dólar sobe quase 1%, a R$ 5,76, maior nível desde março de 2021, e Ibovespa cai

O motivo é a demora do pacote de corte de gastos do governo, além das eleições americanas, que pressionam as divisas emergentes

Economia|Do R7

Moeda americana registra nova alta Valter Campanato/Agência Brasil

O dólar avançou nesta terça-feira (29) 0,92%, fechando a R$ 5,7610, maior nível desde março de 2021. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, teve queda de 0,37%, a 130.729,93 pontos. Os motivos são a questão fiscal no Brasil e o impacto da economia e das eleições americanas, que pressionam as divisas de mercados emergentes, em especial da América Latina.

Na semana, o Ibovespa ainda avança 0,64%, cedendo 0,82% no mês e 2,58% no ano.

Enquanto aguarda a definição do governo sobre cortes de gastos no Brasil, tanto o dólar como a curva de juros doméstica se mantiveram em alta, refletindo também ambiente externo um pouco mais crispado.

A expectativa de que o republicano Donald Trump venha a sair vitorioso na próxima terça-feira (5), da eleição presidencial norte-americana, pode trazer efeitos para o ritmo de redução de juros nos EUA, frente à possibilidade de mais déficit e inflação na maior economia do mundo, o que resultaria em ritmo mais cauteloso de cortes pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano.


”O mercado está se preparando para uma vitória de Trump. Eventual vitória dele deve resultar em fortalecimento do dólar, e também em inflação e juros americanos mais altos por mais tempo. Por sua vez, a democrata Kamala Harris, sem um Senado a seu favor, não conseguiria promover muitos ajustes”, diz Keone Kojin, economista da Valor Investimentos, destacando o elevado grau de incerteza e aversão a risco que prevalece no momento, e que deve prosseguir no curtíssimo prazo.

No Brasil, a atenção se volta à indicação de que o governo anuncie em breve os prometidos cortes de gastos. No período da tarde desta terça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que voltará a se reunir na quarta-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas acrescentou não haver data definida para que o pacote de ajuste seja anunciado.


As declarações fizeram pouco para conter a pressão vista desde mais cedo especialmente no câmbio, mas também na curva de juros. ”O consenso é de que venha um corte de R$ 30 bilhões. Algo abaixo desse valor pode trazer ruídos e estresse” ao mercado, observa Inácio Alves, analista da Melver.

Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não há data certa para fazer o anúncio de pacote de corte de gastos. Mas reiterou que não há veto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, às medidas. Ele afirmou que a equipe econômica tem feito as contas para “fazer uma coisa ajustadinha”.


”Ele (Lula) está pedindo informações e nós estamos fornecendo as informações que ele está pedindo”, disse Haddad. O ministro reforçou que terá novas reuniões com o chefe do Executivo nesta semana, mas evitou cravar uma data para divulgação do pacote de gastos. “Não tem uma data. Ele Lula que vai definir”, afirmou.

Haddad disse ainda que a equipe econômica está fazendo as contas para apresentar um pacote de medidas ajustado ao presidente.

*Com Estadão Conteúdo

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