Economia brasileira cai 0,05% em outubro, mostra prévia do BC
Patamar é o menor desde junho, abaixo das estimativas do mercado; BC projeta crescimento de 2,7% para o PIB de 2022
Economia|Do R7, com Agência Estado
A economia brasileira iniciou o quarto trimestre de 2022 em queda, conforme mostra o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), divulgado na manhã desta quarta-feira (14). O indicador de outubro caiu 0,05% na comparação com o mês anterior, considerando a série livre de efeitos sazonais. Após a revisão dos dados, em setembro, o resultado ficou estável, e, em agosto, foi registrado recuo de 1,13%.
De setembro para outubro, o índice de atividade calculado pelo BC (Banco Central) passou de 144,57 pontos para 144,50 pontos na série dessazonalizada. Esse patamar é o menor desde junho, quando o indicador atingiu 143,47 pontos.
O resultado do IBC-Br no décimo mês de 2022 ficou bem abaixo das estimativas do mercado, que era de 0,30%, segundo a pesquisa Projeções Broadcast, mas está dentro do intervalo das previsões, que iam de queda de 0,20% a alta de 0,60%.
Segundo o XP Macro Watch, o indicador ficou praticamente estável na comparação com setembro, após ajuste sazonal. "No entanto, conforme esperado, houve revisões significativas na série de dados do IBC-Br, que se aproximou da dinâmica do PIB, revisada para cima na última divulgação trimestral", diz nota com as análises.
Segundo a XP, entre janeiro e setembro de 2022, a taxa média de crescimento interanual do IBC-Br aumentou de 2,9%, na série de dados anterior, para 3,4%, na série de dados atualizada.
Na comparação entre outubro deste ano e o mesmo mês de 2021, houve crescimento de 3,68% na série sem ajustes sazonais, com registro de 143,56 pontos em 2022, o melhor desempenho para o período desde 2014, quando o índice foi de 149,7 pontos.
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Esse resultado ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro, que esperavam avanço de 3,00% a 4,60%, mas ligeiramente abaixo da estimativa da XP, de 3,8%, e também da mediana estimada pelo mercado, de 4,00%.
Conhecido como uma espécie de "prévia do BC" para o PIB (Produto Interno Bruto), o IBC-Br funciona como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. Isso porque os dados são coletados de uma base similar à do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), responsável pelo indicador oficial sobre o crescimento econômico.
Os analistas da XP dizem que "o efeito de carrego estatístico para o IBC-Br do 4º trimestre (ou seja, assumindo taxas de variação nulas em novembro e dezembro) aponta para queda de 0,4% ante o 3º trimestre de 2022, após ajuste sazonal". Já o carrego estatístico para o ano de 2022, para eles, indica expansão de 3,2%.
"Segundo nossa estimativa preliminar, o IBC-Br recuou 0,2% em novembro versus outubro (alta de 2,4% versus novembro de 2021). A desaceleração da atividade econômica doméstica deve se acentuar nos próximos meses", informam os especialistas.
A projeção atual do Banco Central para a atividade doméstica em 2022 é de crescimento de 2,7%, conforme o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) de setembro. A projeção da XP é que o PIB do Brasil crescerá 3% em 2022 e 1% em 2023.