Economia compartilhada cresce em todo o mundo
Facilidade e economia de tempo e dinheiro impulsionam um mercado que privilegia o acesso em detrimento a posse
Economia|Karla Dunder, do R7
Sabe o que é economia compartilhada? Compartilhada, colaborativa ou em rede tem como objetivo, como o nome denuncia, o compartilhamento e troca de serviços e objetos.
“Temos dois conceitos complementares a economia colaborativa que muitas vezes não tem fins lucrativos e a economia compartilhada, que conta com pagamento de algo por horas ou mensalidade”, explica o professor de empreendedorismo do Insper Marcelo Nakagawa.
Do aplicativo de carona ao aluguel de guarda-chuva, essa é uma tendência de consumo que deve movimentar mundialmente US$ 335 bilhões em 2025 de acordo com pesquisa da PWC. O Brasil carece de dados, mas a expectativa dos especialistas é que o setor cresça a longo prazo, principalmente porque atrai o público jovem.
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Economia de tempo e dinheiro somados a facilidade têm atraído cada vez mais usuários e empreendedores. “Uso aplicativos para pedir carro praticamente todos os dias para ir ao trabalho e sair nos fins de semana, ganho em comodidade”, diz o publicitário Emerson Gregory.
Para o consultor do Sebrae-SP Luis Claudio de Sousa o preço menor é uma vantagem para os usuários. “A partir do momento que se compartilhe produtos e serviços a tendência é que o custo seja menor, o que é um atrativo para os consumidores”.
“Creio que o brasileiro médio busque primeiro o preço”, diz o empreendedor Davi Bertoncello. “A facilidade também é um ponto forte, eu costumo usar aplicativos de reserva de restaurante porque resolvo dois problemas de uma só vez: não fico em fila e ganho desconto, mas a sustentabilidade também é algo muito importante nesse processo”, diz.
Para especialistas, a questão do consumo consciente é um dos pontos que movimentam esse setor. “Os consumidores estão mais exigentes e a sustentabilidade já é uma realidade, os negócios compartilhados tendem a ser mais ecológicos, uma vez que os recursos podem ser reutilizados como no caso do brechó virtual, por exemplo, ou compartilhados como o guarda-chuvas, o que limita o consumismo desenfreado”, explica Sousa.
“Vivemos uma mudança de comportamento, as pessoas estão privilegiando o acesso em detrimento a posse basta ver o sucesso dos aplicativos de carro e também aluguel de casas”, observa Nakagawa. “E essa mudança tem pressionado a grandes empresas a ingressarem nessa economia compartilhada como é o caso das grandes montadoras que já investem em aplicativos próprios de mobilidade”.
Segundo o professor do Insper, empresas já alugam turbinas de avião por hora em vez de vendê-las. “O mesmo ocorre com equipamentos médicos e até funcionários são compartilhados, vale refletir que esse tipo de negócio diminui o emprego formal, mas gera renda”.
A tendência, no futuro, é que aumente o número de microempreendedores e de profissionais autônomos. “É possível alugar uma máquina fotocopiadora e abrir o próprio negócio, os recursos para investir não são altos. Outras formas de trabalho devem se estabelecer a longo prazo.”