Em 2019, 950 mil pessoas decidiram trabalhar por conta própria no país
Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE, mostra que, apesar do aumento de 1,8 milhão de vagas no ano passado, informalidade disparou
Economia|Do R7
A Pnad Contínua divulgada nesta sexta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que aumentou em 4,1% o número de trabalhadores por conta própria em relação a 2018. São agora 24,2 milhões de pessoas nessa situação, o maior nível já registrado pelo índice, apurado desde 2012.
Só em 2019, 958 mil pessoas decidiram trabalhar por conta própria. O mais preocupante no dado é o fato de que, dos 24,2 milhões nessa situação no total, 19,3 milhões não têm CNPJ (registro da empresa) e ajudam a engordar os altos números de informais no Brasil.
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A informalidade – que considera trabalhadores e, domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e empregado familiar auxiliar – atingiu 41,1% da população economicamente ativa, o equivalente a 38,4 milhões de pessoas, o maior contingente desde 2016.
Essas pessoas, ainda que não sejam formais, foram essenciais para elevar a criação de 1,8 milhão de vagas em 2019. Houve também uma melhora na quantidade de trabalhadores com carteira assinada, com a expansão de 1,1% e novos 356 mil postos de trabalho — revertendo a queda registrada de 2015 e 2018.
O Brasil conta com 11,6 milhões de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, exceto empregados domésticos, uma expansão de 4% em relação a 2018 e o mais alto patamar já alcançado.
“Houve um crescimento expressivo do emprego com carteira assinada, com expansão de 1,8%, o que não ocorria desde o início da série, em 2012. Mas, ainda que o crescimento no quarto trimestre seja um dos maiores da série, o quantitativo de 33,7 milhões, ainda é cerca de 3 milhões inferior ao recorde da série, alcançado em 2014, quando foram registrados 36,7 milhões”, destaca analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy.