Em três anos, vendas do setor varejista pela internet cresceram 80%
Número de empresas que trabalham com vendas online passou de 1,9 mil em 2019 para 3,4 mil em 2022, informou o IBGE
Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
O número de empresas do comércio varejista que usaram a comercialização pela internet cresceu 79,2% entre 2019 e 2022, passando de 1,9 mil para 3,4 mil. Do total de companhias do segmento, 4,7% realizavam algum tipo de comercialização pela internet em 2019, valor que que subiu para 8% em 2022. Os dados são da PAC (Pesquisa Anual do Comércio) 2022, divulgada nesta quinta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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O segmento do varejo com maior participação em vendas pela internet é o de informática, comunicação e artigos de uso doméstico, com 20,3%. Em seguida, estão o comércio varejista de material de construção e o de tecidos, vestuário, calçados e armarinho, com 16,3% e 15%, respectivamente.
O levantamento informa que o questionário engloba vendas por sites, aplicativos, mídias sociais e aplicativos de mensagem instantânea.
Segundo a pesquisa, o percentual de receita bruta do varejo comercializado pela internet passou de 5,3% para 8,4% entre 2019 e 2022. Na comparação com 2021, houve uma redução dessa participação em 0,7 ponto percentual.
Em 2020 e 2021, foi observado um crescimento no número de empresas do varejo que realizaram vendas online. O estudo afirma que a alta ocorreu por reflexo da busca por esse canal como alternativa às restrições para realização do comércio física, em função da pandemia de Covid-19.
O comércio varejista de material de construção passou de 287 para 553 empresas, maior aumento em termos absolutos. O segmento de hipermercados e supermercados, que tinha apenas 79 companhias que realizavam esse serviço em 2019, passou a ter 237 em 2022, um aumento de 200%.
Salário médio
Os brasileiros que trabalham no setor comercial recebem, em média, dois salários mínimos, o maior patamar da série histórica. O comércio por atacado liderou com o maior salário médio (2,9 salários mínimos), seguido pelo comércio de motocicletas, peças e veículos (2,3 salários mínimos) e pelo comércio varejista (1,7 salário mínimo).
Na comparação com 2013, os três segmentos apresentaram um discreto aumento da remuneração paga. O comércio por atacado e o de veículos, peças e motocicletas registraram um aumento de 0,1 salário mínimo, cada, enquanto o comércio varejista teve alta de 0,2 salário mínimo na última década.
Em 2022, os maiores salários pagos se encontravam nos seguintes segmento do comércio por atacado:
• Comércio por atacado de máquinas, aparelhos e equipamentos, inclusive TI e comunicação: 4,4 salários mínimos.
• Comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes: 4,4 salários mínimos.
• Comércio por atacado de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos, ortopédicos, material de escritório, papelaria e artigos de uso doméstico: 4,1 salários mínimos.
Em contrapartida, os menores salários foram constatados nas atividades de representantes e agentes do comércio (1,3 salário mínimo) e de comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,3 salário mínimo).
Por região
Em 2022, a região Sudeste foi a que pagou os maiores salários (2,1 salários mínimos) aos funcionários, seguida pela região Sul, que empatou com a média brasileira (2 salários mínimos) e Centro-Oeste (1,9 salário mínimo). Nos últimos lugares, com as menores remunerações, aparecem o Norte (1,8 salário mínimo) e o Nordeste (1,5 salário mínimo).
O estudo mostra que o Sudeste atingiu um total de 5,2 milhões de pessoas ocupadas em 2022, uma queda de 2,9% (157 mil pessoas) em relação a 2013. A Região Sul perdeu 31,5 mil pessoas (queda de 1,5%) no mesmo período, para um total de 2 milhões de pessoas.
As outras regiões tiveram alta entre 2013 e 2022: o Nordeste empregou 1,8 milhão de pessoas, um aumento de 24,4 mil pessoas; o Centro-Oeste fechou o ano com 908,5 mil pessoas ocupadas, o maior valor da série histórica, uma alta de 49,2 mil pessoas (5,7%); o Norte, por sua vez, ficou com 364,9 mil pessoas, após aumento de 38,4 mil pessoas (ganho de 11,8%).
Receita
As empresas comerciais registraram uma receita bruta de R$ 7,2 trilhões. Deste total, R$ 621,1 bilhões foram provenientes do comércio de veículos, peças e motocicletas; R$ 3,7 trilhões, do comércio por atacado; e R$ 2,9 trilhões, do comércio varejista.
Em 2022, entre os 22 agrupamentos do setor comercial, três segmentos se destacaram por gerar a maior parte da receita operacional líquida:
• comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes (12,7%);
• hipermercados e supermercados (11,4%);
• comércio por atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,6%).
Entre os 22 agrupamentos de atividades, o comércio de veículos automotores foi o que mais perdeu em participação do total da receita do comércio, com queda de 3,6 pontos percentuais entre 2013 e 2022.