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Entenda por que a tecnologia tem evitado o racionamento de luz 

Lâmpadas, de LED, mais modernas e eficientes, reduziram gastos na iluminação pública, em escritórios e nas residências do Brasil

Economia|Marcos Rogério Lopes, do R7

Lâmpadas incandescentes viraram peças de museu
Lâmpadas incandescentes viraram peças de museu

A tecnologia ajuda a explicar por que desde 2001 o Brasil vem escapando de um novo racionamento de energia. Aparelhos mais modernos e com menos consumo de eletricidade acabam ofuscados pela revolução que representou a criação das lâmpadas LED no setor, capazes de reduzir, segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética, do governo federal) em até 90% o gasto de um ponto de luz.

Em 2001 a iluminação pública gastava muito com as lâmpadas a vapor de mercúrio ou sódio. Tanto que no plano do então presidente Fernando Henrique Cardoso estabeleceu-se um corte de um terço das luzes de ruas, praças e fachadas de prédios municipais, estaduais e federais para conter o consumo.

Racionamento popularizou gerador e apagou as luzes de Natal em 2001

O surgimento do LED baixou o consumo em postes pelo país em até 40%, explicou Rubens Rosado, assessor técnico da Abilumi (Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Produtos de Iluminação).


A iluminação pública gasta entre 3% e 5% de toda a energia do país, enquanto as residências consomem hoje 32,5% do total.

Nas casas e nos escritórios, as velhas e dispendiosas incandescentes também deram lugar a partir de meados dos anos 2000 aos produtos de LED ou fluorescentes, reduzindo consideravelmente a conta de energia. As lâmpadas são responsáveis por 15% a 25% do gasto total de uma residência.


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O LED, conta o assessor técnico da Abilumi, foi a principal tecnologia criada nas últimas décadas. "Se você pegar os aparelhos eletrodomésticos, como televisor, geladeira e ar condicionado, eles evoluíram bastante, mas nenhum entregou uma economia como a da troca das lâmpadas."

Rosado exemplifica: "Quem substituiu uma incandescente que gastava 60 watts por um LED de 16 watts, reduziu em quatro vezes o consumo e ainda garantiu mais qualidade na luminosidade", disse.


Ele conta ainda que a evolução do LED permite que as opções de hoje no mercado gastem 30% menos dos que os modelos comprados em 2010, e com a mesma eficiência.

Rubens Rosado observa que a situação poderia ser melhor se a população se conscientizasse de regras simples, como abrir mão de lâmpadas halógenas (que gastam mais) e escolher produteos com a luminosidade adequada para os ambientes. "Prefira, por exemplo, uma luminária com luz baixa na sua mesa de trabalho em vez de uma mais forte no teto, distante."

Outras dicas: tente trabalhar próximo a uma janela e aproveite o máximo de tempo possível a claridade natural, use potências menores em iluminações externas e pense seriamente em sensores de presença, que apagam a luz do ambiente quando ninguém está por ali.

Tecnologia segura o gasto cada vez maior das residências

De 2001, ano do racionamento de energia no país, para cá, o Brasil mais que dobrou sua capacidade de gerar energia, diz o professor de Engenharia Elétrica do Centro Universitário FMU Cesar Loureiro, citando dados da EPE. Se aumentou tanto, por qual razão ainda há risco de racionamento?

Primeiro, diz Loureiro, porque há mais pessoas consumindo. Há vinte anos, a luz elétrica estava na casa de 96% dos brasileiros. Hoje, o número é um pouco superior a 99% e a quantidade de habitantes saltou de 177 bilhões para 213,3 bilhões nesse período. 

Em segundo lugar, porque se desperdiça muito. "Nos últimos 20 anos, passamos a utilizar lâmpadas que consomem menos energia, o que poderia sugerir uma queda no consumo do setor residencial. Entretanto, há um aumento significativo na oferta de equipamentos eletroeletrônicos, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste."

O professor dá números para justificar o porquê de os ponteiros dos relógios de luz estarem rodando cada vez mais rápidos. "A EPE divulga no seu anuário estatístico que o consumo do setor residencial em 2020 foi de cerca de 31,2% do geral no Brasil. Em 2001 esse percentual era de cerca de 28%."

Cesar Loureiro sugere que as pessoas se informem sobre o termo eficiência energética na hora de escolher lâmpadas para sua casa.

"Geralmente, o consumidor escolhe o produto por sua potência, acreditando que ela iluminará mais, ou melhor. Porém, há nas especificações um parâmetro que se chama eficiência luminosa, que informa a quantidade de lúmens por watt que ele oferece. Quanto maior esse número, mais eficiente terá essa lâmpada", ensina o professor. 

Loureiro sugere também mais atenção com dicas básicas no dia a dia. Conhecidas, mas infelizmente pouco usadas.

"Aqueles vícios já conhecidos, como manter equipamentos conectados à tomada sem uso, como os carregadores de celular, de notebooks, e os eletroeletrônicos em modo stand-by. Com o aumento de variedades desses equipamentos, esse consumo aumenta naturalmente."

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