Entregador de comida não tem de levar pedido até apartamento
A obrigação do motoboy é deixar a entrega no primeiro ponto de contato da residência; se for um condomínio, esse local é a portaria
Economia|Do R7, com Agência Estado
Até onde o entregador tem de levar o pedido de quem mora em apartamento ou casa de condomínio ou recebe encomendas no trabalho? Essa dúvida, que já deve ter passado pela cabeça de quem usa aplicativos de comida, supermercado e ecommerce, é respondida por um dos apps de refeições: o entregador não tem a obrigação de subir até o apartamento para levar o pedido.
A questão está no centro de uma polêmica que teve início na última segunda-feira (11), com a discussão de um influencer com um motoboy (veja os detalhes abaixo).
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“A obrigação do entregador é levar o pedido até o primeiro ponto de contato que existe na residência da pessoa, seja no portão de uma casa ou portaria de um condomínio. Descer para encontrar o entregador não só agiliza a entrega em si, como demonstra respeito ao trabalhador, que só pode fazer a seguinte entrega depois de finalizar aquela”, diz o iFood, em nota.
Segundo a companhia, descer para buscar o pedido também é o comportamento mais seguro, tanto para os moradores do condomínio, que evitam a circulação de desconhecidos no local, quanto para o entregador, que não deixa sua moto nem bicicleta sozinhas, protegendo-se contra um eventual furto.
Jornalista faz vídeo e é criticado
O jornalista esportivo Rica Perrone contou ao podcast O Poder nos Bastidores, em julho, ter jogado um pacote em um entregador de aplicativo depois de uma discussão. Esse trecho da conversa viralizou nas redes sociais nesta segunda (11).
Alvo de críticas, Perrone explicou em um vídeo o que aconteceu: estava trabalhando quando o entregador chegou e, por isso, pediu a ele que levasse a comida até a porta de seu apartamento. Sem poder deixar a moto na calçada, inicialmente, o trabalhador se recusou a subir.
Como o influenciador também não cedeu, o entregador teve de ir até o local, mas, chegando lá, falou que o "normal" seria o consumidor descer até a portaria do prédio. O jornalista respondeu que ele era o primeiro a se negar a fazer entrega em sua porta.
Na sequência, o homem teria lhe contado sobre o caso de um colega que teve a moto roubada na frente de um edifício, e eles começaram a discutir, o que acabou com o jornalista atirando o pacote no entregador e lhe dizendo que fosse embora do prédio, em meio a xingamentos. "Vai embora que eu vou abrir reclamação contra você. Quem você acha que é para vir na porta da minha casa e falar assim comigo?”, disse.
Depois da repercussão do caso nas redes sociais, Perrone usou seu perfil em um desses sites para rebater as críticas que recebeu. Ele alegou que o motivo de ter jogado o pacote não teve a ver com a recusa do entregador em subir até o apartamento, mas, sim, com a discussão.
O jornalista também publicou uma sequência de stories sobre o caso em outra rede. Ele voltou a afirmar que a atitude foi estimulada pela fala do entregador e disse que pretende sair do Brasil. “Nunca vivi um ataque tão covarde, sem sentido e a troco de nada como esse”, escreveu.
O que diz o iFood?
Veja a nota enviada à reportagem do R7:
O iFood preza pela ética e respeito na relação entre clientes e entregadores da plataforma e não tolera qualquer tipo de ofensas, agressões, manifestações de preconceito ou assédio contra esses trabalhadores.
As falas de Rica Perrone durante uma entrega e relatadas em entrevista ao podcast O Poder Nos Bastidores ferem os Termos e Condições de Uso da plataforma e são passíveis de banimento. Estamos apurando as informações do caso e, assim que tivermos todos os dados, seguiremos com as ações necessárias.
Nos casos onde ocorrem agressões físicas ou verbais, é muito importante que os entregadores reportem imediatamente no app na opção "Alerta de Casos Graves", para que as providências cabíveis sejam tomadas. Para estes casos, o iFood oferece a Central de Apoio Psicológico e Jurídico, um serviço em parceria com a organização global de advogadas negras, Black Sisters In Law, que disponibiliza uma advogada para acompanhar os casos de entregadores agredidos durante as entregas.
Esclarecemos, ainda, que a obrigação do entregador é levar o pedido até o primeiro ponto de contato que existe na residência da pessoa, seja no portão de uma casa ou portaria de um condomínio. Descer para encontrar o entregador não só agiliza a entrega em si, como demonstra respeito ao trabalhador, que só pode fazer a seguinte entrega depois de finalizar aquela.