Expectativas mais pessimistas derrubam clima econômico da América Latina no 2º trimestre
Economia da região está melhor do que no auge da pandemia, mas não conseguiu retornar aos níveis de 2019, mostra FGV
Economia|Do R7
O clima econômico da América Latina piorou 11,7 pontos no segundo trimestre de 2022, na comparação com os três meses anteriores, mostram dados divulgados nesta terça-feira pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
De acordo com o ICEI (Índice de Clima Econômico da América Latina), a economia da região está melhor do que no auge da pandemia sem vacinas, mas não conseguiu retornar aos níveis de 2019.
O resultado do indicador foi influenciado pelas expectativas para os próximos meses, que registra uma diferença de 21,4 pontos em relação ao trimestre anterior. O índice vinha em uma trajetória de queda desde o segundo trimestre de 2021 e passou para a zona desfavorável.
No caso do ISA (Indicador da Situação Atual), a queda foi de 3,5 pontos entre o primeiro e o segundo trimestre de 2022. Com o desempenho, o indicador se mantém na zona desfavorável desde o período compreendido entre abril e junho de 2012.
Na comparação com 2021, há melhora das condições correntes refletidas pelo ISA, mas piora expressiva das expectativas, que recuaram 68,8 pontos no período, sugerindo um cenário de incertezas associado a um possível impacto da Guerra na Ucrânia, além de fatores domésticos específicos de cada país.
Países
Na avaliação dos países, quatro países registraram melhora da situação atual (Brasil, Colômbia, Uruguai e Bolívia) mas apenas Colômbia e Uruguai. O Brasil é o décimo colocado na lista, com 30 pontos. A melhora do ICE do Brasil ocorre com o avanço da percepção atual de 15,4 pontos para 30 pontos, resultado ainda muito distante da zona favorável definida acima de 100 pontos.
Já o Indicador das Expectativas avançou no Chile (15,4 pontos) e no Paraguai (24,2 pontos), mas o resultado não compensou a piora na avaliação da situação atual desses países. Na região favorável das expectativas estão Uruguai e Paraguai.
No ranking das melhores perspectivas, o Brasil está em terceiro lugar, com 100 pontos. Aparecem à frente o Uruguai (166,7 pontos) e o Paraguai (133,3 pontos). A piora na avaliação das expectativas domina os resultados do clima econômico nos países selecionados.
Com a exceção do México, Equador e o Uruguai, no segundo trimestre de 2022, todos os países experimentam piora no clima econômico em relação ao igual período de 2019. Em relação ao mesmo período de 2020, exceto Chile, todos consideram melhor o clima econômico atual. O período foi marcado pela pandemia e a falta de vacinas.