França vai eliminar vinhedos devido à queda na demanda global

O Ministério da Agricultura da França emitiu uma nota informando que a situação do setor de vinhos no país é preocupante, com uma grande queda na colheita de uvas devido às mudanças climáticas, diminuição no consumo de vinhos e à concorrência. A ministra Annie Genevard se reuniu com agricultores pouco após assumir o cargo. Eles destacaram a necessidade de implementar um sistema temporário, além da erradicação, para garantir melhores perspectivas para os produtores e o setor.

Com um orçamento de 120 milhões de euros, o ministério financiará o desenraizamento de vinhas com 4.000 euros por hectare. Segundo a agência de notícias Bloomberg, isso reduzirá cerca de 4% das plantações.

As notícias sobre o financiamento chegam junto da temporada de colheita de uvas, que vem sendo antecipada desde 1980. A França, um dos maiores produtores de vinho do mundo, considera a indústria essencial para sua cultura há mais de 2.000 anos. O mercado francês vale cerca de US$ 15,6 bilhões, segundo a IBIS World, com exportações de vinhos e destilados atingindo US$ 18,5 bilhões.

No entanto, a França não é a única a enfrentar dificuldades. Em 2020, o mercado australiano acumulou 2,8 bilhões de garrafas de vinho em excesso após a China impor tarifas de cinco anos. O San Francisco Chronicle também relata que o consumo de vinho nos EUA diminuiu, com colheitas menores na Califórnia devido às mudanças climáticas, embora isso signifique que as vinícolas não enfrentam excesso de estoque que forçaria a redução de preços.