Gabriel Galípolo diz ter ‘melhor relação possível’ tanto com Lula como com Campos Neto
A expectativa é de que o nome do economista seja analisado pelo plenário do Senado ainda hoje, com previsão de uma aprovação tranquila
Economia|Do R7
Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir o Banco Central, o economista Gabriel Galípolo afirmou que mantém uma excelente relação tanto com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, quanto com o presidente da República. A afirmação foi feita durante a sabatina dele na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (8).
Em resposta ao senador Izalci Lucas (PL-DF), que questionou as críticas do governo federal a Campos Neto, Galípolo afirmou: “Minha relação com os presidentes [Lula e Campos Neto] é a melhor possível, não consigo fazer qualquer queixa sobre ambos.”
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A expectativa é de que seu nome seja analisado pelo plenário do Senado ainda hoje, com previsão de uma aprovação tranquila.
Ainda durante a sabatina, o senador Dr. Hiran (PP-RR) apontou que o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, atua como “um contraponto” do Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão do Poder Executivo. Em resposta sobre estratégias para manter a independência do Banco Central, Galípolo afirmou que o órgão deve ter autonomia para cumprir suas funções e perseguir as metas que são estabelecidas pelo governo eleito democraticamente.
“Sou daqueles que defendem que o Banco Central não deveria nem votar na meta de inflação… [Mas] reforço aqui a necessidade de você ter uma estrutura institucional do Banco Central que permita a ele desempenhar suas funções. Por exemplo, o Pix é uma infraestrutura pública digital que se equipara hoje a quase todas as outras infraestruturas essenciais.”
Indicação de Galípolo foi oficializada em agosto
A indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central foi formalizada pelo governo federal em 28 de agosto. Atualmente, o economista é diretor de Política Monetária do Banco Central. O atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que foi nomeado durante o governo de Jair Bolsonaro, permanecerá no cargo até o final de seu mandato, em 31 de dezembro deste ano.
Galípolo já atua em seu cargo atual por indicação de Lula feita em 2023 e aprovada pelo Senado. Ele já trabalhou no Centro Brasileiro de Relações Internacionais, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e no Banco Fator. Além disso, foi secretário de Economia e de Transportes do estado de São Paulo.
No dia que sua indicação foi oficializada, em uma breve declaração à imprensa, Galípolo ressaltou a honra e a responsabilidade de ter sido indicado para o cargo de presidente do Banco Central pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo presidente Lula. No entanto, destacou que a aprovação ainda depende do Senado, motivo pelo qual prefere ser breve.
Primeira sabatina de presidente do BC com mandato fixo
Se aprovado pelo Senado, Gabriel Galípolo assumirá a presidência do Banco Central a partir de janeiro de 2025, substituindo Roberto Campos Neto. Esta é a primeira indicação para o cargo após a promulgação da Lei Complementar 179, de 2021, que aumentou a autonomia da instituição e fixou mandatos para seus diretores. De acordo com o artigo 52 da Constituição, a indicação de qualquer diretor do Banco Central passa por sabatina e votação secreta no Senado, tanto na CAE quanto no plenário.
Autonomia do Banco Central e os critérios para nomeação
Um presidente do BC só pode ser exonerado em quatro situações: no pedido próprio, por incapacidade decorrente de enfermidade, após decisões judiciais definitivas, ou se o desempenho for considerado insuficiente para atingir os objetivos da instituição. Neste último caso, a exoneração precisa ser aprovada pela maioria absoluta do Senado.