Golpe do boleto falso causa prejuízo e dor de cabeça. Saiba como evitar
País movimenta 3,5 bi de documentos por ano, o que atrapalha a fiscalização
Economia|Juca Guimarães, do R7
Os cerca de 3,5 bilhões de boletos de cobrança gerados no Brasil todos os anos são uma fonte fértil para golpes de estelionatários e hackers, que fraudam os documentos físicos e virtuais.
Com um volume de transações por meio de boletos que equivalente a 17 vezes a população brasileira, o controle da autencidade dos documentos é tarefa difícil.
Atualmente, apenas os boletos com valor superior a R$ 50 mil são checados — veja no quadro abaixo como escapar das armadilhas dos golpistas.
A partir do dia 11 de setembro, serão ampliados os mecanismos de controle da plataforma de cobrança da rede bancária, e todos os boletos com valor superior a R$ 2.000 terão dupla checagem para evitar golpes.
Segundo a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), a próxima etapa de ampliação da rede de controle começa a valer no dia 9 de outubro, cobrindo também os boletos com valor acima de R$ 500.
No mês seguinte, a partir de 13 de novembro, o sistema estará pronto para chegar e evitar fraudes nos boletos com valor acima de R$ 200. A previsão da Febraban é que, a partir de 11 de dezembro, todos os boletos, seja lá qual o valor, estejam imunes à falsificação.
“A Nova Plataforma de Cobrança traz benefícios para o consumidor e para a sociedade, como maior segurança, facilidade no pagamento de boletos vencidos, além de evitar o envio de boletos não autorizados”, disse Walter Tadeu de Faria, diretor-adjunto de Negócios e Operações da Febraban.
A mecânica do sistema de segurança que os bancos estão implantando é simples. Quando o consumidor (pessoa física ou jurídica) fizer o pagamento, mesmo de um boleto vencido, é feita uma consulta à base centralizadora da Nova Plataforma para checar as informações.
Se os dados do boleto coincidirem com aqueles que constam no sistema, a operação é validada. Se houver divergência de informações, o pagamento do boleto não será autorizado e o consumidor poderá pagar o boleto exclusivamente no banco que emitiu a cobrança, uma vez que somente essa instituição terá condições de fazer as checagens necessárias.
“Essa dupla checagem é feita pela Nova Plataforma somente com os boletos registrados. Portanto, as empresas precisam procurar o banco do qual é cliente para migrar sua modalidade de emissão de boleto sem registro para a modalidade registrada”, alerta Walter de Faria.
Alerta
O Procon-SP, órgão de Defesa do Consumidor, emitiu um alerta sobre os riscos do golpe do boleto. Pela internet, principalmente por meio de site maliciosos, os golpistas conseguem enviar contas falsas para os consumidores.
Uma das dicas do Procon é desconfiar de links ou arquivos anexos enviados por e-mail. Neste caso, a recomendação é que o cliente confirme a autencidade do documento com a empresa prestadora do serviço.
A Caixa Economica Federal é uma das maiores emissoras de boletos de cobrança do país, que vão desde taxas e tarifas até parcelas de financiamento imobiliário. Para orientar os clientes sobre os riscos do golpe, o banco fez uma cartilha para ajudar a identificar uma cobrança falsa.
O mecânico Antônio da Silva quase caiu em um golpe quando recebeu, em casa, um boleto de R$ 25 de uma associação. "Parecia uma conta, mas era uma espécie de doação voluntária. Fui pesquisar na internet e descobri que a associação nem existia. Era mesmo um golpe. Só não sei como descobriram os meus dados e o meu endereço", disse.
A dona de casa Claudete Nicodemos recebeu eu abril uma conta de financiamento pelos Correios. "As informações estavam quase todas certas. Só o CPF é que estava errado, por isso desconfiei", disse.