Homens recebem salário 30% maior do que as mulheres no Brasil
Estudo do IBGE mostra que os profissionais do sexo masculino recebem, em média, R$ 2.261 por mês, contra R$ 1.743 dos trabalhadores do sexo feminino
Economia|Alexandre Garcia, do R7
A média salarial de R$ 2.261 paga aos profissionais do sexo masculino em 2017 foi 29,72% superior aos R$ 1.743 depositados mensalmente às mulheres, apontou um estudo divulgado nesta quarta-feira (5), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com a publicação, o cenário de crise econômica ajudou a levar mulheres ao mercado de trabalho. Ainda assim, elas têm uma taxa de participação de 52,7% no ambiente profissional, contra 72,5% dos homens.
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A pesquisa indica ainda que nem mesmo a maior escolaridade das mulheres é “suficiente para levá-las à força de trabalho em proporção maior ou similar à dos homens”. No entanto, o nível de instrução aparece com maior influência do sexo feminino no mercado de trabalho.
No ano passado, a taxa de participação das mulheres com ensino superior completo era 2,5 vezes maior que a das mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto. Já entre os homens, os mais escolarizados tinham 1,5 vez mais atuação na economia.
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“As desigualdades entre os sexos são atribuídas tanto a práticas discriminatórias no mercado de trabalho, quanto à divisão por gênero das atividades de afazeres domésticos e cuidados”, observa o estudo.
Atividades domésticas
O levantamento do IBGE feito a partir de dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) cita ainda que as mulheres dedicam quase um dia por semana somente com afazeres domésticos.
Segundo a pesquisa, as brasileiras passaram, em média, 20,9 horas semanais com afazeres domésticos no domicílio ou em domicílio de parente e/ou cuidados de moradores ou de parentes não moradores ao longo de 2017. Os homens, por sua vez, dedicavam, em média, 10,8 horas a essas atividades.
Os afazeres domésticos também são atribuídos pelo estudo como um dos entraves para a inserção das profissionais do sexo feminino no mercado de trabalho. “Entre as mulheres na força de trabalho potencial indisponíveis para começar a trabalhar, a maioria apresentou como principal motivo para a indisponibilidade ter que cuidar de afazeres domésticos, de filho ou de outro parente", explica o IBGE.
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Outra constatação da pesquisa mostra que entre as 54,6% das mulheres com força de trabalho potencial que não conseguem arrumar emprego a maioria (20,7%) apresentou como principal motivo para a indisponibilidade ter que cuidar de afazeres domésticos, de filho ou de outro parente. O mesmo motivo representou apenas 1,1% das respostas dos homens.
"Tais resultados fundamentam a importância que é atribuída à expansão da rede de cuidados para crianças, idosos e pessoas com deficiência para ampliar a participação das mulheres no mercado de trabalho, o que, por sua vez, poderia implicar em crescimento do PIB e das receitas tributárias do País”, analisa o levantamento.