Ibovespa bate os 91 mil pontos e abre 2019 no maior valor da história
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 3,56%, a 91.012,31 pontos, maior valor de fechamento
Economia|Do R7
A bolsa de valores de São Paulo fechou o primeiro pregão do ano com o Ibovespa em máxima histórica, acima dos 91 mil pontos pela primeira vez, em meio a perspectivas favoráveis para a economia brasileira em 2019 e para o novo governo do país.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 3,56%, a 91.012,31 pontos, recorde de fechamento. No melhor momento do dia, alcançou 91.478,84 pontos, maior nível registrado durante um pregão. O volume financeiro na sessão somou R$ 17,3 bilhões.
Para estrategistas do BTG Pactual, as perspectivas para a bolsa em 2019 são promissoras. "Esperamos que a nova administração de direita implemente grandes mudanças no funcionamento da economia", disseram em relatório.
Guedes diz que reforma da Previdência é o primeiro e maior desafio
Entre os discursos do dia, marcado pela transmissão de cargos de vários ministros da equipe do presidente Jair Bolsonaro, mereceu especial atenção a fala do titular do poderoso Ministério da Economia, Paulo Guedes.
Ele afirmou que o governo vai encaminhar ao Congresso proposta de reforma da Constituição para acabar com todas as vinculações e indexações de gastos, caso a reforma da Previdência não seja aprovada.
Profissionais da área de renda variável também atribuíam o movimento mais forte à tarde principalmente à compra de ações por agentes financeiros locais, ainda em processo de realocação de portfólios para o mês e o ano.
A melhora do petróleo, após começar a quinta-feira com viés mais negativo, chancelou a alta na bolsa brasileira. Wall Street também situava-se longe das mínimas nesta tarde, corroborando o avanço no pregão local.
Dólar recua e volta a R$ 3,80 com expectativas sobre novo governo
"De fato tivemos boas notícias nos últimos dias", disse um gestor, citando entre elas discurso de posse do presidente Jair Bolsonaro, considerado positivo, e apoio do PSL para a reeleição do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Além disso, houve um alívio na pressão mais negativa das bolsas no exterior; e com a virada do ano os fundos mostram nova disposição para tomar risco. "Tudo isso somado está gerando o dia bem positivo", afirmou o gestor, que fica em São Paulo.
O Ibovespa superou os 90 mil pontos pela primeira vez em sua história no quarto trimestre de 2018, tendo alcançado recorde intradia de 91.242,22 pontos em 3 de dezembro. Considerando o fechamento, a máxima anterior era de 89.820,09 pontos.
Destaques
- ELETROBRAS ON disparou 20,72%, maior alta do Ibovespa, em sessão marcada pela posse do novo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que pretende levar adiante a capitalização da elétrica de controle estatal, além de notícias de que o atual presidente-executivo da companhia, Wilson Ferreira Jr., continuará à frente da empresa. ELETROBRAS PNB subiu 14,52%.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 4,28% e BRADESCO PN subiu 4,5%, atingindo cotações recordes, enquanto BANCO DO BRASIL valorizou-se 4,54%. SANTANDER BRASIL UNIT fechou em alta de 7,12%, tendo ainda no radar aprovação de 4,8 bilhões de reais em remuneração a acionistas.
- PETROBRAS PN fechou com elevação de 6,08%, embalada pelas perspectivas positivas para o novo governo e melhora dos preços do petróleo no exterior, com o Brent subindo 2,06%. PETROBRAS ON subiu 4,92%, com as atenções também voltadas para posse do novo ministro de Minas e Energia.
- SABESP avançou 9,11%, em meio a comentários do novo governo do Estado de São Paulo em defesa da privatização da companhia estadual de água e saneamento.
- CIELO subiu 8,32%, entre os destaques positivos do Ibovespa, após encerrar 2018 com a maior queda do índice, de 57,4%, por preocupações sobre os efeitos do aumento na competição no setor de meios de pagamentos nos resultados da empresa, entre outros fatores.
- LOG COMMERCIAL PROPERTIES recuou 6,49%, a R$ 16,85, entre as poucas quedas da sessão, dando continuidade à trajetória negativa desde a estreia no Novo Mercado da bolsa, com valor referência de R$ 28,68, após cisão do negócio de galpões logísticos pela construtora MRV.