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Inflação do aluguel acelera de novo, mas mantém contratos que vencem em dezembro livres de reajuste

Variação de 0,59% em novembro faz IGP-M acumular queda de 3,46% em 12 meses, taxa negativa pelo oitavo mês seguido, diz FGV

Economia|Do R7

Inflação do aluguel mantém ritmo de alta mensal
Inflação do aluguel mantém ritmo de alta mensal

Pelo terceiro mês seguido em território positivo, o IGP-M (Índice Nacional de Preços — Mercado), indicador responsável pelo reajuste de parte dos contratos de aluguel no Brasil, ganhou ritmo novamente e subiu 0,59% em outubro, mostram dados revelados nesta quarta-feira (29) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Com a variação, o índice agora apresenta queda de 3,46% no acumulado dos últimos 12 meses, taxa que figura no campo negativo pelo oitavo mês seguido. Apesar de o valor representar uma aceleração ante a baixa de 4,57% registrada até outubro, o resultado mostra que as locações atreladas ao indicador com vencimento em dezembro não sofrerão reajustes.

O percentual acumulado do IGP-M é aquele que seria repassado às locações com aniversário de vencimento no próximo mês. Entretanto, a maioria dos contratos possui cláusulas que barram o reajuste negativo do indicador, o que deve ocasionar a manutenção do valor pago atualmente pelos inquilinos.

A sequência de oito aparições da inflação do aluguel no campo negativo não era vista na economia brasileira desde o período encerrado em fevereiro de 2018, quando a taxa figurou em queda por dez meses consecutivos.


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A variação de 0,59% do IGP-M no mês de novembro é a maior para um mês desde junho de 2022, quando a alta teve igual magnitude. No mesmo período do ano passado, o índice tinha registrado uma queda de 0,56% e acumulava uma alta de 5,9% nos 12 meses anteriores.

O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola e industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente daquela apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.

André Braz, coordenador dos índices de preços do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), explica que a alta do IGP-M foi motivada pelo "incremento substancial" nos preços de commodities componentes do índice ao produtor e pela influência de fatores climáticos que impactaram negativamente a oferta de alimentos in natura.

"Entre os destaques, observa-se a variação expressiva na cebola (de -5,2% para 38,53%) e na batata-inglesa (de -5,4% para 20,94%). No âmbito da construção civil, o índice que monitora a evolução dos preços apresentou desaceleração devido à queda de 0,12% nos preços de materiais, equipamentos e serviços" afirma Braz.

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