Indústria critica manutenção dos juros no maior nível em seis anos
CNI adota discurso do governo e avalia que a taxa Selic em 13,75% "apenas traz custos adicionais para a atividade econômica"
Economia|Do R7
A decisão do BC (Banco Central) de manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, o maior patamar desde 2017, pela quinta vez seguida desagradou a indústria. De acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o veredito é “equivocado” e “apenas traz custos adicionais para a atividade econômica”.
Na percepção da confederação, a decisão é desnecessária para o combate à inflação e apenas traz custos adicionais para o avanço da economia. “Atualmente, a taxa de juros real está em 7,7% ao ano, o que representa, 3,7 pontos percentuais acima da taxa de juros neutra da economia, aquela que não estimula nem desestimula a atividade econômica,
A posição da entidade que representa o setor vai em linha com a posição apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na noite desta quarta-feira (22). Ele classifica que o atual patamar da taxa Selic pode comprometer o crescimento econômico do Brasil.
As percepções levam em conta que a elevação dos juros, apesar de ter potencial para conter a alta dos preços, diminui a disposição para o consumo e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.
No patamar atual desde agosto, a taxa Selic já começou a atividade econômica do Brasil. No último trimestre de 2022, a economia nacional encolheu 0,2%. Para a CNI, o nível dos juros “seguirá sendo um limitador significativo para o crescimento da atividade em 2023”.
“É fundamental levar em consideração que os eventos adversos relacionados a grandes empresas varejistas no Brasil terão influência negativa sofre o mercado de crédito. Esses acontecimentos têm levado ao aumento de provisões por parte dos bancos, o que reduz a oferta e tende a encarecer o crédito. Assim, deve haver retração das concessões de crédito nos próximos meses, com reflexos negativos sobre a atividade econômica”, avalia a CNI.