Indústria de alimentos é a que mais emprega no Brasil, diz IBGE
Em 2022, país bateu recorde e registrou 346,1 mil empresas, o maior volume da série histórica iniciada em 2007
Economia|Do R7, com informações da Agência Brasil
O setor com o maior número de pessoas ocupadas na indústria brasileira é o de fabricação de alimentos. Ele é responsável por 22,8% do total de 8,3 milhões de pessoas empregadas na indústria nacional em 2022. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na PIA (Pesquisa Industrial Anual) Empresa.
A indústria de confecção de artigos do vestuário e acessórios, com 7%, e a de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, com 5,9%, foram os outros segmentos com maior representatividade na quantidade de pessoas ocupadas.
Em 2022, o universo de empresas industriais com uma ou mais pessoas ocupadas totalizou 346,1 mil, abrangendo um total de 8,3 milhões de pessoas. Essas empresas geraram uma receita líquida de vendas de R$ 6,7 trilhões e um valor de transformação industrial de R$ 2,5 trilhões, dos quais 89,3% foram provenientes das Indústrias de transformação.
A PIA-Empresa registrou 8,3 milhões de pessoas empregadas em 2022, sendo a maior parte empregada nas Indústrias de transformação, 97,3% do total. Esse percentual permaneceu estável em relação a 2013, quando 97,5% da mão de obra estava alocada nas Indústrias de transformação e 2,5%, nas Indústrias extrativas.
Salário
O salário médio pago pela indústria aos trabalhadores se manteve estável em 3,1 salários mínimos na passagem de 2021 para 2022, o equivalente a R$ 4,3 mil. Em 2012, a remuneração média mensal era de 3,4 salários mínimos.
O salário médio nas indústrias extrativas aumentou de 5,1 salários mínimos para 5,2 salários mínimos no período, enquanto o das indústrias de transformação se manteve estável em 3,0 salários mínimos.
Produto
O IBGE também divulgou a PIA-Produto (Pesquisa Industrial Anual). Em 2022, foram pesquisados cerca de 3.400 produtos e serviços industriais em aproximadamente 39,8 mil unidades locais industriais distribuídas por mais de 33,1 mil empresas.
No ranking dos dez principais produtos industriais, óleos brutos de petróleo foi o produto com a maior receita líquida de vendas na indústria brasileira, com receita de R$ 274,5 bilhões e participação de 5,3% do total da receita líquida industrial nacional.
O aumento da cotação do barril de petróleo contribuiu para este cenário e fez com que o produto ganhasse uma posição no ranking. Óleo diesel, por ser um derivado de petróleo, também foi influenciado pela elevação no seu preço e ocupou a segunda posição, com receita líquida de vendas de R$ 200 bilhões e participação de 3,9% no total.
Em seguida, minérios de ferro (R$ 159,6 bilhões e 3,1% de participação) recuou duas posições em função da queda nos preços internacionais provocada pela menor demanda chinesa, ainda impactada por paralisações nas fábricas devido à covid-19.
Há ainda carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (R$ 114,7 bilhões e 2,2% de participação); adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) (R$ 102,8 bilhões e 2%); gasolina automotiva (R$ 90,3 bilhões e 1,7%); tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja (R$ 76,1 bilhões e 1,5%); álcool etílico (etanol) não desnaturado para fins carburantes (R$ 67,5 bilhões e 1,3%); óleos combustíveis, exceto diesel (R$ 67 bilhões e 1,3%); e automóveis, com motor a gasolina, álcool ou bicombustível, de cilindrada maior que 1.500 cm3 ou menor ou igual a 3.000 cm3 (R$ 60,6 bilhões e 1,2%).
Os dez produtos com as maiores receitas, em conjunto, concentraram 23,4% do valor das vendas em 2022, participação superior à observada em 2021 (22,9%).
Recuperação no emprego
Em comparação com 2019, período pré-pandemia, houve recuperação no emprego, com aumento de 407,7 mil postos de trabalho (5,3%). Já em relação a 2013, quando a indústria registrou o auge da ocupação na série histórica, a mão-de-obra recuou 8,3% (menos 745,5 mil pessoas).
Segundo o levantamento, em 2022, a indústria brasileira gerou R$ 6,7 trilhões em receita líquida de vendas. As empresas com 500 ou mais colaboradores responderam por 69,1% desse valor. Já empresas de médio e pequeno porte correspondem a 17% e 8,6%, respectivamente. Em último lugar, as microempresas representam 5,3% da receita líquida de vendas.
A fabricação de produtos alimentícios correspondeu a 22,5% da receita líquida de vendas, representando o principal segmento. Em contrapartida, a fabricação de veículos, automotores, reboques e carrocerias foi o setor com a maior variação, com redução de 3,4 p.p. em 10 anos
Recorde de empresas
Em 2022, o país bateu recorde e registrou o maior volume de empresas da série histórica, iniciada em 2007. Ao todo, são 346,1 mil empresas com uma ou mais pessoas ocupadas, uma alta de 12,9% em relação ao período pré-pandemia, em 2019.
Segundo o estudo, as cinco atividades que mais empregaram em 2022 foram:
• fabricação de produtos alimentícios (22,8%);
• confecção de artigos do vestuário e acessórios (7%);
• fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (5,9%);
• fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (5,6%);
• fabricação de produtos de minerais não-metálico (5,2%).