Inflação acumulada em 12 meses volta para o intervalo da meta
Variação de 4,65% do IPCA desde maio do ano passado corresponde à menor alta desde o início de 2021, mostra IBGE
Economia|Do R7
A alta de 0,71% da inflação oficial de preços no mês de março faz o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentar alta de 4,65% no acumulado dos últimos 12 meses e retornar ao intervalo da meta preestabelecida pelo governo.
Trata-se também da menor variação para o período anual desde janeiro de 2021 (+4,56), segundo dados apresentados nesta terça-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A inflação perseguida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para 2023 é de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%), índice furado nos últimos dois anos. O patamar atual do IPCA é 0,1 ponto percentual inferior ao limite.
Apesar do movimento, o BC (Banco Central) afrima que a chance de o IPCA fechar 2023 dentro da meta ainda é remota, de apenas 17%. Já os analistas do mercado financeiro preveem alta de 5,98% no acumulado dos 12 meses encerrados em dezembro.
O descolamento da inflação do centro da meta motiva a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano, o maior patamar desde 2017. Alvo de críticas do governo, a decisão tem motivado declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre eventuais mudanças na meta do CMN.
"Ouvi uma frase esses dias que, para atingir a meta de 3% [de inflação], precisaria ter juros de 20%. Eu não sei se o presidente do Banco Central disse isso, mas é, no mínimo, uma coisa não razoável a ser dita. Se a meta está errada, muda-se a meta", disse Lula na semana passada.