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Inflação anual do Reino Unido supera 9% e atinge o maior nível em 40 anos

Recorde registrado nos 12 meses finalizados em maio corresponde à maior alta de preços entre as nações do G7

Economia|Do R7

Reino Unido corre risco de inflação persistentemente alta e recessão
Reino Unido corre risco de inflação persistentemente alta e recessão

A disparada dos preços dos alimentos levou a inflação anual ao consumidor no Reino Unido a um recorde em 40 anos, de 9,1% no mês passado. A maior taxa entre os países do G7, grupo dos países mais industrializados do mundo, destaca a gravidade da crise do custo de vida no país.

Registros da Agência de Estatísticas Nacionais mostram que a inflação de maio foi a mais alta desde março de 1982 — e é provável que venha a piorar. A libra, uma das moedas mais fracas em relação ao dólar neste ano, foi abaixo de R$ 6,28 (US$ 1,22), queda de 0,6% no dia, antes de se recuperar mais tarde.

Alguns investidores consideram que o Reino Unido está em risco tanto de inflação persistentemente alta quanto de recessão, refletindo sua grande conta de energia importada e atritos contínuos relacionados ao Brexit que podem prejudicar ainda mais os laços comerciais com a União Europeia.

"Com as perspectivas econômicas tão pouco claras, ninguém sabe até onde a inflação pode ir e por quanto tempo ela continuará —, o que torna os julgamentos de política fiscal e monetária particularmente duros", disse Jack Leslie, economista sênior da Resolution Foundation.


Nesta quarta-feira (22), a Resolution Foundation disse que o impacto do custo de vida para as famílias está sendo agravado pelo Brexit, com implicações prejudiciais a longo prazo para a produtividade e salários.

O salário médio não está acompanhando a inflação e sindicatos têm alertado sobre greves generalizadas nos próximos meses. A taxa de inflação no Reino Unido em maio foi maior do que nos Estados Unidos, França, Alemanha e Itália. Japão e Canadá ainda não informaram os dados para maio, mas nenhum deles deve chegar perto.


O Banco da Inglaterra disse na semana passada que a inflação provavelmente permanecerá acima de 9% nos próximos meses até atingir um pico ligeiramente acima de 11% em outubro, quando as contas de energia deverão subir novamente.

Os mercados financeiros mostram que os juros no Reino Unido devem ir acima de 3% por volta do fim do ano, de 1,25% atualmente, embora a maioria dos economistas acredite que o fraco crescimento econômico levará o banco central a aumentar os juros menos do que isso.


Os preços dos alimentos e bebidas não-alcoólicas aumentaram 8,7% em termos anuais em maio — o maior salto desde março de 2009, que tornou essa categoria o principal motor da inflação anual no mês passado.

O núcleo da inflação anual — que elimina os preços dos alimentos e da energia para dar uma ideia da pressão de custos gerada internamente — caiu pela primeira vez desde setembro para 5,9% de 6,2%, uma leitura inferior ao esperado.

"O Banco da Inglaterra pode realmente ter alguma esperança com o fato de que as pressões do núcleo dos preços estão diminuindo, mas duvidamos que isso seja suficiente para evitar novos aumentos dos juros nos próximos meses", disse Sandra Horsfield, economista da Investec.

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