Inflação do aluguel acelera, mas mantém contratos que vencem em dezembro livres de reajuste

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), indicador responsável pelo reajuste da maior parte dos contratos de aluguel no Brasil, subiu 0,27% em novembro, após a queda de 0,36% no mês passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Com a variação, o índice agora apresenta queda de 0,11% no acumulado dos últimos 12 meses, o primeiro resultado negativo desde maio de 2024. O resultado mostra que as locações atreladas ao indicador com vencimento em dezembro não sofrerão reajustes.

O percentual acumulado do IGP-M é aquele que seria repassado às locações com aniversário de vencimento no próximo mês. Entretanto, a maioria dos contratos tem cláusulas que barram o reajuste negativo do indicador, o que deve ocasionar a manutenção do valor pago atualmente pelos inquilinos.

Para efeito de comparação, em novembro de 2024, o IGP-M subiu 1,30% no mês, acumulando uma alta de 6,33% em 12 meses.

O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola e industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente daquela apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.

“Apesar da alta do IGP-M no mês, chama atenção o fato de que a taxa em 12 meses voltou ao campo negativo, algo que não ocorria desde maio de 2024. Esse resultado está muito relacionado ao comportamento do IPA ao longo do ano. Diferentemente do que se observou em novembro, quando houve altas em algumas commodities agrícolas, em boa parte de 2025 prevaleceram quedas expressivas de preços, tanto de produtos industriais quanto agropecuários”, explica o economista da FGV Ibre Matheus Dias.

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