Inflação do aluguel sobe pelo segundo mês seguido, mas acumula queda em 12 meses
IGP-M registrou variação de 0,89% em maio, mas caiu 0,34% nos últimos 12 meses, segundo dados divulgados pela FGV
Economia|Do R7, em Brasília
O IGP-M (Índice Nacional de Preços – Mercado), indicador responsável pelo reajuste de parte dos contratos de aluguel no Brasil, avançou pelo segundo mês seguido, registrando uma variação de 0,89% em maio, mostram dados divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Fundação Getulio Vargas).
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Com a variação, o índice acumula alta de 0,28% no ano e queda de 0,34% últimos 12 meses. No mês anterior, em abril, o índice subiu 0,31%. Para efeito de comparação, em maio de 2023, o índice teve queda de 1,84%, acumulando recuo de 4,47% nos 12 meses anteriores.
O percentual acumulado do IGP-M é aquele que seria repassado às locações com aniversário de vencimento no próximo mês. Entretanto, a maioria dos contratos possui cláusulas que barram o reajuste negativo do indicador, o que deve ocasionar a manutenção do valor pago atualmente pelos inquilinos.
Segundo o coordenador dos índices de preços, André Braz, a aceleração da taxa anual do índice pode ser explicada pelas variações no IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) e no IPC (Índice de Preços ao Consumidor).
“O IPA de maio registrou uma variação de 1,06%, destacando-se a aceleração nos preços de matérias-primas brutas e bens intermediários. Entre as maiores influências positivas do IPA estão o minério de ferro, que passou de -4,78% para 8,18%, e o farelo de soja, que subiu de -2,32% para 9,58%. No IPC, a gasolina aumentou de 0,30% para 1,70%, enquanto a passagem aérea passou de -8,94% para 0,47%”, explicou.
O inquilino deve estar atento aos indicadores de reajuste que estão no contrato de locação, porque muitas negociações passaram a usar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, como indexador nos novos contratos.
O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola e industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente daquela apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.