Inflação oficial recua e registra menor taxa para agosto em 20 anos
Os maiores responsáveis pela queda da inflação foram os alimentos e os transportes, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (6)
Economia|Juliana Moraes, do R7
Agosto registrou inflação negativa de 0,09%, a menor taxa para o mês desde 1998, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgado nesta quinta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Significa dizer que, em geral, os preços de produtos e serviços ficaram mais baratos no mês passado.
Trata-se da menor inflação oficial para um mês de agosto desde 1998, quando o IPCA registrou uma deflação de 0,51%. Em agosto de 2017, a taxa atingiu 0,19%.
Dos nove grupos da pesquisa, os maiores responsáveis pela queda da inflação de julho para agosto foram alimentação e bebidas (-0,34%) e Transportes (-1,22%).
No acumulado do ano, a inflação ficou em 2,85%, acima do 1,62% registrado no mesmo período de 2017. Nos últimos 12 meses encerrados em agosto, porém, ficou em 4,19%, abaixo dos 4,48% dos 12 meses imediatamente anteriores.
Alívio no bolso
Alimentos e bebidas apresentaram deflação pelo segundo mês seguido. Os alimentos que apresentaram a maior queda nos preços foram a cebola (22,19% mais barata), batata-inglesa (recuo de 11,89%), tomate (4,84% mais barato), farinha de mandioca (queda de 4,56%) e hortaliças (4,07% mais em conta, em média).
Por outro lado, alimentos como arroz, macarrão, queijo, refrigerante e frutas registraram alta.
A alimentação fora de casa, por sua vez, subiu em ritmo menor em na comparação com julho. Comer lanche fora de casa subiu 0,77% em agosto — contra alta de 1,40% em julho. A refeição fora perdeu ritmo — após marcar 0,39% em julho, subiu 0,23% no mês passado.
O grupo de transportes recuou 1,22% nos preços. De acordo com o IBGE, as passagens de avião ficaram 26% mais leves no bolso do brasileiro em agosto.
Também ficaram mais em conta os combustíveis, uma vez que o etanol ficou 4,69% mais em conta e a gasolina, 1,45%.
Preços mais salgados
Na contramão da comida e dos transportes, habitação (0,44%) e saúde e cuidados pessoais (0,53%) apresentaram alta no mês de agosto e contribuíram positivamente no índice, 0,07 pontos percentuais cada um.
Em julho, o grupo habitação tinha apresentado taxa de 1,54%. A desaceleração foi influenciada pela conta de luz, que perdeu ritmo após marcar 5,33% em julho e chegar a 0,96% em agosto. Vale lembrar que, em agosto, continuou em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2.