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Inflação tem alta de 5,35% em 12 meses e descumpre meta contínua pela primeira vez

Presidente do Banco Central deve escrever segunda carta em seu mandato para justificar IPCA acima do teto da meta

Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

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Gabriel Galípolo terá que escrever segunda carta para justificar inflação acima do teto Raphael Ribeiro/BC - 26.06.2025

A inflação oficial do país registrou alta de 5,35% no acumulado em 12 meses até junho, descumprindo pela primeira vez a meta contínua. O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) subiu 0,24% em junho, após alta de 0,26% em maio, segundo divulgado nesta quinta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No modelo de meta contínua, considera-se que a meta foi descumprida quando a inflação acumulada em 12 meses permanece fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos.


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O valor da meta estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo variar entre 1,5% e 4,5%.

O resultado de junho marcou o sexto mês consecutivo acima do teto.


Galípolo, que assumiu o comando do BC no começo deste ano, já enviou uma carta em janeiro para justificar o estouro da meta de 2024, que fechou em 4,83%.

No entanto, a partir deste ano, mudou o sistema de intervalo. Antes, era anual, chamado ano-calendário. Agora passou a comparar a inflação acumulada em 12 meses, apurada mês a mês, chamado “meta-contínua”.


Com isso, toda vez que o índice completa seis meses consecutivos acima da meta, o BC deve justificar em carta.

Para controlar a inflação, o BC tem aumentado a taxa básica de juros, a Selic, desde setembro de 2024. Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em junho, a Selic atingiu 15%.


Resultado de junho

Em junho, a inflação desacelerou e chegou a 0,24%, uma queda de 0,02 ponto percentual em relação a maio, quando variou 0,26%.

No ano, o IPCA acumula alta de 2,99% e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,35%, acima dos 5,32% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2024, a variação havia sido de 0,21%.

Com a vigência da bandeira tarifaria vermelha patamar 1 no mês de junho, adicionando R$4,46 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos, a energia elétrica residencial (2,96%) foi o subitem com o maior impacto individual no índice do mês.

No ano, a conta de luz do brasileiro acumula uma alta de 6,93%, destacando-se como o principal impacto individual no resultado acumulado do IPCA (2,99%).

Esta variação (6,93%) é a maior para um primeiro semestre desde 2018 quando o acumulado foi de 8,02%.

O que é meta-contínua

Todo mês, a inflação acumulada em doze meses é comparada com a meta e seu intervalo de tolerância. Assim, a verificação não fica mais restrita ao mês de dezembro de cada ano.

“A utilização desse período evita a caracterização de descumprimento em situações de variações temporárias na inflação. Esse é o caso, por exemplo, de um choque em preços de alimentos que faça com que a inflação fique fora do intervalo de tolerância por apenas alguns meses”, afirma o BC, em nota .

No Brasil, a meta para a inflação e o índice de preços utilizado são definidos pelo Conselho Monetário Nacional e cabe ao Banco Central adotar as medidas necessárias para alcançá-la. O índice de preços defi​nido é o IPCA, calculado pelo IBGE.

O CMN também define um intervalo de tolerância ao redor da meta de inflação, que funciona como uma referência para a caracterização de seu cumprimento ou não.

A meta é considerada descumprida se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos.

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