Informalidade volta a crescer, desemprego cai e atinge 13 milhões
Taxa de desocupação medida pela PNAD caiu de 13% para 12,4%
Economia|Diego Junqueira, do R7, em São Paulo
Com nova alta do trabalho informal, o desemprego voltou a cair no Brasil entre os meses de julho, agosto e setembro no Brasil. Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (31) mostram que o número de desocupados recuou de 13,5 milhões para 13 milhões de pessoas em comparação ao trimestre anterior (abril-maio-junho), queda de 3,9%.
Já a taxa de desocupação, que fechou o trimestre anterior em 13%, recuou para 12,4% agora.
Os números fazem parte da PNAD (Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios) Contínua, publicação trimestral do IBGE com informações sobre emprego e renda no País.
O atual levantamento traz a tendência de queda no desemprego verificada em 2017, embora os números ainda sejam maiores do que no ano passado.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2016, a taxa de desocupação subiu (11,8% contra 12,4% agora), assim como o número de desocupados (de 12 milhões para 13 milhões agora).
Formalidade X informalidade
Para Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, a pesquisa revela que a piora no mercado de trabalho no Brasil atingiu principalmente os postos de trabalho formais.
— Na comparação com o mesmo período de 2014, o Brasil perdeu 3,4 milhões de empregos com carteira de trabalho assinada.
Em compensação, os postos de trabalho por conta própria e sem carteira continuam crescendo.
Segundo o IBGE, houve um aumento de 288 mil pessoas em função sem carteira assinada, que emprega agora 10,9 milhões de brasileiros (alta de 2,7% sobre o trimestre anterior e 6,2% sobre o mesmo período do ano passado).
Já os trabalhadores por conta própria somam 22,9 milhões de pessoas, alta de 1,8% na comparação com o trimestre anterior, com acréscimo de 402 mil profissionais.
O instituto destaca alta de trabalhadores na categoria "alojamento e alimentação", que inclui, entre outras pessoas, aquelas que cozinham em casa para vender na rua: de um trimestre para outro, o país ganhou 175 mil pessoas nessa categoria, crescimento de 3,4%.
O trabalho com carteira assinada caiu mais uma vez, mas o recuo foi mínimo, de -0,1%, atingindo 31 mil trabalhadores. Agora, são 33,3 milhões de trabalhadores nessa categoria. Há um ano havia 34,1 milhões de trabalhadores nessa categoria.
Já o contingente de empregadores se manteve estável, com 4,2 milhões de pessoas, assim como a categoria dos trabalhadores domésticos, estimada em 6,2 milhões de pessoas. O número de funcionários públicos subiu 1,7% e chegou a 11,5 milhões de pessoas (acréscimo de 191 mil pessoas).